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Oumuamua | Objeto interestelar pode ser um cometa ou um asteroide

28 jun 2018 - 19h19
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Você se lembra do Oumuamua? O nome pode parecer bastante estranho, mas o caso já é um tanto quanto familiar, em especial para quem é antenado nas novidades galácticas. O objeto interstelar passou pelo nosso Sistema Solar no final do ano passado, e ainda hoje os cientistas que o estudam continuam a tentar desvendá-lo.

Oumuamua
Oumuamua
Foto: Canaltech

Isso porque quando foi avistado pela primeira vez, o Oumuamua foi confundido com um asteroide; afinal, não parecia ter uma cauda característica como possuem os cometas — na verdade, estas são nuvens de gelo e poeira. Depois de algum tempo, alguns estudos apontaram para uma suposta origem do objeto, alegando que ele poderia ter vindo de um sistema com dois sóis.

Agora, eis que os pesquisadores acreditam que o Oumuamua se trata, na realidade, de um cometa, no fim das contas, apesar de também poder ser um asteroide; ou ainda uma mescla dos dois. Os cometas são feitos de rocha e gelo, e sua estrutura consegue manter a água congelada — algo que só é permitido em um lugar longínquo do Sistema Solar, tal como em Júpiter, uma vez que ele é um planetas bastante afastado do Sol.

Já os asteroides, para efeito de comparação, são objetos rochosos que orbitam principalmente o cinturão de Marte e de Júpiter. O Oumuamua, no entanto, ainda não possui uma distinção muita clara, transitando entre essas duas denominações. De acordo com Sara Russell, professora do Museu de História Natural de Londres, a linha que separa o objeto interstelar de ser um ou outro se torna cada vez mais embaçada, já que ele é semelhante a um cometa e também a um asteroide.

Mas por que é tão importante assim segregar o objeto em uma definição tão específica? Veja bem, se os pesquisadores estiverem diante de um cometa, isso significa que o Oumuamua pode fornecer informações valiosas sobre sistemas planetários distantes, além de trazer dados a respeito de como os planetas se formam.

A professora Russell acrescenta que os "cometas provavelmente se formaram em regiões externas de outros sistemas planetários, então talvez possam escapar da gravidade de sua estrela-mãe e entrar no espaço interestelar com mais facilidade do que um asteroide". Portanto, o "Oumuamua e outros viajantes interestelares que visitam nosso Sistema Solar podem supostamente nos dar algumas pistas valiosas sobre a natureza e composição de outros sistemas planetários. Além disso, esses objetos podem nos mostrar se o nosso Sistema Solar é único, ou um dos muitos sistemas habitáveis em nossa galáxia".

Segundo o Dr. Marco Micheli e sua equipe, a qual está estudando o caso, o objeto interstelar ficou visível a poderosos telescópios terrestres por cerca de 2,5 meses depois de sua descoberta. Ele foi visto pela última vez no início de 2018 e não deve voltar tão cedo, em especial porque sua passagem foi supostamente acelerada pelo efeito do calor do Sol em sua superfície gelada. Apesar disso, os pesquisadores continuam a observá-lo e continuam trabalhando para extrair mais informações a respeito da visita do Oumuamua.

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