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Austrália adota lei que força gigantes da tecnologia a pagar imprensa

Texto foi aprovado depois que Facebook e Google chegaram a acordos com o governo; a rede social de Mark Zuckerberg chegou a bloquear o compartilhamento de notícias no país

25 fev 2021 - 01h25
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O Parlamento australiano aprovou nesta quinta-feira, 25, (quarta-feira no Brasil) uma lei histórica que exige que os gigantes da tecnologia remunerem os veículos de comunicação pelo uso de seu conteúdo.

A lei foi aprovada depois que o Facebook e o Google chegaram a acordos para evitar serem submetidos a arbitragens vinculativas e abre caminho para que esses dois gigantes digitais invistam dezenas de milhões de dólares em acordos de conteúdo local.

Essa lei poderia servir de modelo para resolver conflitos entre empresas de tecnologia e reguladores globais, a fim de equilibrar a relação entre a mídia tradicional - em dificuldades financeiras - e os gigantes que dominam a internet e captam grande parte da receita de publicidade.

O governo afirmou que a lei garantirá que os meios de comunicação "recebam uma remuneração justa pelo conteúdo que geram, ajudando assim a manter o jornalismo de interesse público na Austrália".

O Google pagará por notícias que apareçam em sua nova ferramenta Google News Showcase, enquanto o Facebook irá remunerar os fornecedores de seu produto News, que será lançado no país da Oceania este ano.

A lei gerou um embate entre o Facebook e o governo australiano. Depois de ter bloqueado a publicação de links para notícias da mídia local ou internacional em resposta ao projeto de lei, o dono do Instagram e do WhatsApp acabou recuando, com um acordo de última hora com as autoridades.

O grupo de Mark Zuckerberg anunciou que vai investir "pelo menos" 1 bilhão de dólares em conteúdo de notícias nos próximos três anos. O investimento, anunciado na quarta em um blog de Nick Clegg, chefe de relações públicas da gigante das mídias sociais, se soma aos 600 milhões de dólares injetados na mídia desde 2018.

O Google, por sua vez, já havia concordado em pagar "quantias significativas" em troca de conteúdo do grupo de imprensa do magnata Rupert Murdoch, o News Corp., favorável à nova lei.

Estadão
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