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Renda média de um criminoso em São Paulo é revelada

4 jul 2025 - 19h13
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Uma pesquisa inédita conduzida em 10 unidades prisionais da região metropolitana de São Paulo revelou que a renda mensal média de indivíduos envolvidos em crimes econômicos, quando em liberdade, alcançava R$ 46.333. O levantamento, liderado pelo economista Pery Shikida, da Unioeste, entrevistou 408 detentos e indicou que os ganhos ilícitos superavam em 12,9 vezes os valores obtidos por eles em atividades legais, cuja média era de R$ 3.595,96.

Foto: São Paulo cidade ( Reprodução) / Gávea News

Esse estudo integra uma série de iniciativas conduzidas por Shikida ao longo de duas décadas, nas quais ele coleta dados diretamente em presídios brasileiros. No caso de São Paulo, o projeto teve autorização da Secretaria da Administração Penitenciária e do Poder Judiciário, e foi realizado ao longo de oito meses, entre setembro de 2023 e abril de 2024.

Os entrevistados, majoritariamente homens (74,8%), relataram atuação predominante em roubos (68,6%), tráfico de drogas (60,8%) e furtos (43,1%). Em menor proporção, apareceram crimes como receptação, estelionato, latrocínio e associação ao tráfico. Profissões anteriores variavam de ajudante geral a cabeleireira, e 7,8% declararam viver exclusivamente da prática criminosa.

Quando questionados sobre a percepção do custo-benefício do crime, 91,2% dos detentos afirmaram que os benefícios superaram os custos, reforçando a lógica da teoria econômica do crime proposta por Gary Becker. Segundo os pesquisadores, "com os benefícios maiores do que os custos, o crime compensa".

Apesar disso, a maioria dos presos também apontou fatores que poderiam desestimular a prática criminal. Aumentos de pena (19,8%), pena de morte (31,1%) e prisão perpétua (8,6%) foram mencionados, assim como investimentos em educação e trabalho. Para os pesquisadores, políticas públicas que promovam oportunidades legais e leis mais críveis seriam fundamentais na redução dos índices de criminalidade.

Ainda segundo a pesquisa, travas morais como religião, família e escola têm sido insuficientes para impedir a adesão ao crime. Embora 46,6% dos detentos se identifiquem como evangélicos e 21,8% como católicos, apenas 48,5% afirmaram praticar sua religião, indicando fragilidade na função inibidora dessas crenças.

Gávea News
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