Policial militar é preso por suspeita de agredir oficial de justiça no Dia da Mulher
Uma oficial de justiça foi agredida durante o trabalho, na tarde deste sábado (8), em Ibirité, na Grande Belo Horizonte. A vítima, Maria Sueli Sobrinho, de 48 anos, foi atacada com uma cabeçada no rosto ao tentar entregar uma intimação. O suspeito da agressão é um policial militar de 49 anos, padrasto do homem que seria intimado.
O caso aconteceu no bairro Novo Horizonte. Segundo Sueli, o policial se irritou ao ser advertido por ter se apresentado falsamente como o destinatário da intimação. "Ele se irritou muito quando falei isso. Foi uma reação que não entendi. Não estava esperando", disse a oficial ao g1.
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Como ocorreu a agressão?
A vítima relatou que chegou à rua onde o intimado morava e não encontrou a numeração correta. Ao perguntar aos vizinhos, foi direcionada ao endereço correto, onde viu um carro estacionado com três ocupantes: uma mulher ao volante, o suspeito no banco do passageiro e o verdadeiro intimado no banco traseiro.
Quando questionados, o policial afirmou ser a pessoa procurada e pegou os papéis. Em seguida, entregou a intimação ao enteado. Sueli o alertou sobre a irregularidade da conduta, o que gerou revolta no militar.
Ainda segundo o relato da oficial, o policial desceu do carro exaltado e questionou sua autoridade. Para comprovar sua função, Sueli foi até o veículo de trabalho buscar a documentação, mas a atitude pareceu irritá-lo ainda mais.
"Eu falei que chamaria uma viatura, e ele falou: 'aqui sua viatura', e me deu uma cabeçada no nariz. Eu falei para ele parar, que ele seria preso, foi aí que ele falou que não daria nada para ele, só lesão corporal, e me deu um soco na boca. Eu caí no chão, atordoada", contou a oficial.
Policial agride oficial de justiça e tenta fugir
Após a agressão, o policial fugiu. Os militares que atenderam a ocorrência encontraram Sueli na rua com o rosto ensanguentado. Durante a busca pelo suspeito, os agentes entraram na residência e encontraram o enteado do policial segurando uma pá, em aparente tentativa de intimidar a ação da polícia.
Outras duas mulheres que estavam na casa se recusaram a identificar o agressor. Uma delas ligou para o suspeito e colocou a chamada em viva-voz. Na ligação, ele se identificou com um nome falso e ameaçou um dos policiais.
"Você é um terceirinho, eu sou antigão. Quero saber quem é o major que bateu no peito e falou que ia me pegar", disse o suspeito.
Pouco depois, o policial apareceu no local ainda exaltado. Ele se recusou a se identificar e foi contido pela equipe da PM. No momento da prisão, um dos agentes que realizou a abordagem também foi agredido com um soco e um chute.
O suspeito, identificado como Daniel Wanderson do Nascimento, foi levado sob custódia. Ele confessou ter esfregado sua identificação no rosto da oficial e alegou que duvidou de sua função por ela estar trabalhando no sábado. Também afirmou que se sentiu ameaçado pelo marido da vítima, que ocupa o cargo de major na Polícia Militar.
A Polícia Militar informou, por meio de nota, que o suspeito foi preso em flagrante e que o caso é acompanhado pela Corregedoria da corporação.
