Voluntários israelenses protegem agricultores palestinos sob ataque de colonos na Cisjordânia
A colheita de azeitonas começou em meados de outubro na Cisjordânia ocupada, e os ataques de colonos israelenses contra agricultores palestinos se intensificaram. Como ocorre há mais de 20 anos, voluntários israelenses se mobilizam para protegê-los, especialmente no vilarejo de Burin.
A colheita de azeitonas começou em meados de outubro na Cisjordânia ocupada, e os ataques de colonos israelenses contra agricultores palestinos se intensificaram. Como ocorre há mais de 20 anos, voluntários israelenses se mobilizam para protegê-los, especialmente no vilarejo de Burin.
Com informações de Lucas Lazo, enviado especial da RFI a Burin, e AFP
Jonathan, um israelense de cerca de 40 anos, coordena uma equipe de doze voluntários que ajudam duas famílias palestinas. "O posto de controle está logo ali, a base militar fica acima de nós, e ali é a estrada dos colonos", explica. Nascido em uma colônia israelense, ele afirma que sua atuação é uma forma de romper com a identidade herdada: "O mínimo que posso fazer é tentar me desvincular disso."
Há mais de 20 anos, Jonathan presta apoio a agricultores palestinos que enfrentam a violência de colonos, frequentemente respaldados pelo exército, durante a colheita das azeitonas. Mas ele se recusa a se definir como ativista: "Me considero parte do movimento nacional palestino, e não acho que minha nacionalidade tenha importância. Claro que ela me dá privilégios para fazer certas coisas com menos risco", admite.
Nos últimos 15 dias, cerca de 30 ativistas foram presos ao tentar impedir agressões. "A proteção está cada vez mais frágil, mas o essencial é estar ao lado dessas pessoas, que arriscam a vida para permanecer em suas terras", afirma.
Segundo autoridades palestinas, mais de 20 mil oliveiras foram queimadas ou arrancadas por colonos desde o início do ano.
Trump ameaça Israel
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que Israel perderia completamente o apoio norte-americano caso anexasse a Cisjordânia. A declaração foi feita em entrevista à revista Time, publicada em 15 de outubro, cinco dias após o início do cessar-fogo entre Israel e o Hamas.
"Israel perderia todo o apoio dos Estados Unidos se isso acontecesse", disse Trump, acrescentando que essa hipótese está descartada porque ele se comprometeu com os países árabes.
Durante a visita do secretário de Estado Marco Rubio a Jerusalém, Trump reforçou: "Não se preocupem com a Cisjordânia. Israel não fará nada com ela", respondendo à pergunta de uma jornalista sobre se as iniciativas israelenses representavam um desafio às tentativas de paz na região.