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Venezuela convoca diplomatas em disputa crescente com a Espanha

13 set 2024 - 08h53
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O governo venezuelano chamou sua embaixadora na Espanha para consultas e convocou o embaixador espanhol para comparecer ao Ministério das Relações Exteriores, aumentando as tensões diplomáticas após uma eleição presidencial contestada.

Em uma postagem na plataforma de mensagens Telegram, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, citou comentários "insolentes, intervencionistas e rudes" da ministra da Defesa da Espanha, Margarita Robles, como o motivo por trás da medida.

Durante evento em Madri, Robles se referiu ao governo do presidente Nicolás Maduro como uma "ditadura" na quinta-feira, saudando os venezuelanos que tiveram que deixar o país por causa disso.

Gil disse que havia chamado Gladys Gutiérrez, embaixadora do país na Espanha, à Venezuela para consultas, ao mesmo tempo em que convocou o embaixador espanhol na Venezuela, Ramon Santos, para comparecer ao seu ministério.

Nesta sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, minimizou a ação da Venezuela.

"Chamar de volta um embaixador, eu já fiz isso em várias ocasiões, e chamar de volta para consultas são decisões soberanas de cada país e não há nada a comentar", disse ele à estação de rádio RNE, acrescentando que estava trabalhando para "ter as melhores relações possíveis com o povo irmão da Venezuela".

Ele não quis opinar se a Venezuela é uma ditadura.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, reuniu-se com o líder da oposição venezuelana Edmundo González, que se autoexilou em Madri, na quinta-feira, um dia depois que a câmara baixa do Parlamento espanhol votou pelo reconhecimento de González como o vencedor da contestada eleição presidencial.

A oposição venezuelana publicou apurações detalhadas dos votos que apontam para uma vitória retumbante de González.

Mas a autoridade eleitoral nacional, que não publicou os votos detalhados, declarou o presidente Nicolás Maduro como o vencedor.

Maduro tem ignorado as críticas internacionais, considerando-as um complô da direita.

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