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Vacinados mortos na Itália eram muito idosos e com mais doenças

Dados foram divulgados em relatório do Instituto Superior de Saúde

20 out 2021 - 16h38
(atualizado às 17h44)
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O Instituto Superior de Saúde (ISS) da Itália divulgou nesta quarta-feira (20) que os cidadãos que morreram em decorrência da Covid-19 após completarem o ciclo de vacinação têm uma média de idade maior do que os não vacinados (85,5 contra 78,3) e um número elevado de comorbidades.

Posto de vacinação anti-Covid em Gênova
Posto de vacinação anti-Covid em Gênova
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Os dados constam no relatório periódico do ISS sobre mortes, com base na análise de 671 prontuários médicos de 1º de fevereiro a 5 de outubro de 2021. No período avaliado, foram registradas 38.096 mortes por Covid-19, sendo que 33.620 pessoas não haviam tomado nenhuma dose da vacina contra o novo coronavírus e 1.440 já estavam com o ciclo vacinal completo.

O número de óbitos de italianos imunizados equivale apenas a 3,7% de todas as mortes por Covid contabilizadas nos oito meses estudados.

Segundo o relatório, as pessoas vacinadas que perderam a vida apresentavam pelo menos cinco patologias, enquanto que o outro grupo tinha em torno de 3,9 doenças pré-existentes.

A análise das características do falecido devido à Covid indica a presença de cardiopatias (cardiopatia isquêmica, fibrilação atrial e insuficiência cardíaca), demência e câncer nos vacinados.

"Os resultados aqui apresentados indicam claramente que as pessoas que morreram após o término do ciclo de vacinação apresentam um alto nível de complexidade clínica, significativamente maior do que as pessoas que não puderam se beneficiar do efeito da vacina devido a uma infecção precoce ou porque nem mesmo iniciaram o esquema de vacinação", explicou - explica Graziano Onder, diretor do Departamento de Doenças Cardiovasculares, Endócrino-Metabólicas e Envelhecimento do ISS.

De acordo com Onder, "é possível hipotetizar que pacientes muito idosos com inúmeras patologias podem ter uma resposta imunológica reduzida e, portanto, ser suscetíveis à infecção por Sars-CoV-2 e suas complicações, apesar de terem sido vacinados".

"Essas pessoas muito frágeis com uma resposta imunológica reduzida são as que mais podem se beneficiar de uma ampla cobertura de vacinação para toda a população, pois isso reduz ainda mais o risco de infecção", acrescentou.

Por fim, o especialista do ISS ressaltou que é importante diminuir a circulação do vírus porque é a "melhor forma de protegê-los".

No que diz respeito às características demográficas dos falecidos, o relatório descreve 130.468 pacientes falecidos por Covid-19 na Itália desde o início do estudo até 5 de outubro. A idade média das pessoas positivas para a doença é de 80 anos, e 56.792 mulheres morreram (43,5%).

Apenas na faixa etária acima de 90 o número de óbitos femininos supera o masculino, dado a ser relacionado ao fato de cerca de 72% da população desse grupo ser composta por mulheres.

No geral, as mulheres que morreram após contrair a infecção por Sars-CoV-2 são mais velhas do que os homens (idade média: mulheres 85 - homens 80). Em 5 de outubro de 2021, dos 130.468 (1,2%) pacientes positivos para Covid-19 com menos de 50 anos, 1.601 morreram. Em particular, 399 deles tinham menos de 40 anos (245 homens e 154 mulheres com idades entre 0 e 39).

Ansa - Brasil   
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