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Trump ameaça não sancionar lei de financiamento e aumenta risco de paralisação do governo dos EUA

20 dez 2018 - 19h19
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira a líderes congressistas do partido Republicano que não sancionará um projeto para financiar despesas de governo que não preveja recursos suficientes para a segurança nas fronteiras, numa decisão que aumenta as chances de paralisação, já na próxima sexta-feira, de alguns setores do governo federal.

Trump na Casa Branca
 18/12/2018    REUTERS/Jim Young
Trump na Casa Branca 18/12/2018 REUTERS/Jim Young
Foto: Reuters

Trump anunciou sua decisão numa reunião a portas fechadas na Casa Branca com um grupo de líderes republicanos, que depois disseram a jornalistas que tentariam elaborar uma versão da lei que inclua os 5 bilhões de dólares que Trump exige para construir um muro na fronteira com o México.

"Queremos manter o governo funcionando, mas também queremos ver um acordo que proteja a fronteira", disse o presidente da Câmara, Paul Ryan, depois de um encontro de mais de uma hora com Trump.

"O presidente nos informou que não vai assinar a lei que foi aprovada no Senado ontem à noite, por causa de suas legítimas preocupações com a segurança das fronteiras", disse Ryan após retornar ao Congresso para trabalhar por uma emenda no orçamento aprovado pelo Senado.

Mais cedo nesta quinta, Trump se queixou no Twitter que uma versão da legislação aprovada pelo Senado na véspera não previu os recursos para o muro, uma de suas principais promessas de campanha. Ele não havia chegado, porém, a ameaçar vetar a proposta, deixando esperanças de que uma paralisação não ocorreria.

Trump diz que o muro na fronteira é necessário para impedir a entrada de imigrantes ilegais e drogas, mas os democratas dizem que o muro não seria eficiente, além de um desperdício.

Sua ameaça de não sancionar a lei é a última reviravolta no longo drama sobre gastos do governo, e acontece apenas 36 horas antes de expirar o financiamento de agências responsáveis por atividades de manutenção da lei, segurança em aeroportos, exploração espacial e programas agropecuários.

Também ocorre enquanto os congressistas tentam terminar o trabalho antes do recesso de Natal. Esperava-se que Trump iniciaria duas semanas de férias na Florida nesta sexta-feira.

Os índices acionários dos EUA, que já estavam em forte queda, ampliaram as perdas com a possibilidade de uma paralisação, com o S&P 500 recuando mais de 2 por cento no dia.

Trump disse ver o muro na fronteira como uma vitória antes de sua campanha de reeleição em 2020. Na semana passada, num encontro com líderes parlamentares democratas, ele disse que ficaria "orgulho em fechar o governo por segurança na fronteira".

A lei aprovada pelo Senado na véspera prorroga por sete semanas os fundos existentes para as agências, deixando o assunto do financiamento para a próxima legislatura.

O deputado republicano Steve Scalise disse aos jornalistas que também tentará garantir recursos para estados atingidos recentemente por desastres naturais.

A líder democrata na Câmara, Nancy Pelosi, disse que a inclusão de recursos para o muro no projeto de lei seria um "empecilho" para os democratas, que no entanto estariam abertos a aprovar orçamento para desastres, segundo ela.

Parlamentares mais conservadores pediram a Trump para pressionar agora por recursos para o muro, argumentando que seria impossível fazê-lo depois que os Democratas assumam o controle da Câmara, em 3 de janeiro.

"Ele (Trump) fez campanha sobre o muro", disse o deputado republicano Mark Meadows. "Foi o centro da campanha dele... a paciência do povo americano está se esgotando."

Enquanto isso, membros do governo Trump buscam por maneiras de construir o muro remanejando recursos já disponibilizados às agências para outros projetos.

A Casa Branca não deu detalhes sobre a tentativa, mas políticos democratas alertaram que para movimentar recursos dessa maneira seria preciso aprovação do Congresso.

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