Rússia lança 550 drones e mísseis contra a Ucrânia, no mais pesado ataque desde o início da guerra
Enquanto os Estados Unidos anunciaram uma pausa no envio de equipamentos, especialmente de defesa antiaérea, para Kiev, a noite de quinta-feira (3) para sexta (4) foi especialmente difícil para os ucranianos. A Rússia lançou 539 drones e mísseis, incluindo balísticos — um novo recorde. Pelo menos 23 pessoas ficaram feridas.
Enquanto os Estados Unidos anunciaram uma pausa no envio de equipamentos, especialmente de defesa antiaérea, para Kiev, a noite de quinta-feira (3) para sexta (4) foi especialmente difícil para os ucranianos. A Rússia lançou 539 drones e mísseis, incluindo balísticos — um novo recorde. Pelo menos 23 pessoas ficaram feridas.
Moscou não demonstra qualquer sinal de trégua em relação à Ucrânia. Há várias semanas, os ataques aéreos têm se intensificado consideravelmente, tanto em frequência quanto em força. Durante a ultima madrugada, centenas de drones voltaram a sobrevoar Kiev, onde explosões foram ouvidas por várias horas, segundo relata a correspondente da RFI em Kiev, Emmanuelle Chaze. Foi uma noite de angústia para milhões de pessoas que precisaram se abrigar em porões, estações de metrô e subsolos de prédios públicos.
O transporte ferroviário e rodoviário foi afetado, e o ar tornou-se irrespirável devido aos incêndios e à fumaça causados pelos ataques. As regiões de Dnipro (centro), Sumy (norte), Kharkiv (nordeste) e Tchernihiv (norte) também foram atingidas.
"A noite foi longa e brutal. A capital foi o principal alvo desse ataque russo", lamentou o presidente Volodymyr Zelensky. De acordo com o porta-voz do exército ucraniano, Iuri Ignat, esse foi o "maior número" de drones já usado em um único ataque pela Rússia desde o início da invasão, em fevereiro de 2022.
Conversa com Trump
A preocupação aumenta diante do temor de escassez de mísseis antiaéreos prometidos por Washington, especialmente os sistemas Patriot, considerados os mais eficazes na interceptação de mísseis. É justamente sobre esses mísseis que Volodymyr Zelensky pretende conversar em uma ligação com Donald Trump, prevista para esta sexta-feira.
A Ucrânia já propôs diversas vezes comprá-los dos Estados Unidos, com o apoio de seus aliados. Fala-se também que Berlim quer fechar um acordo com Washington para adquirir urgentemente esses sistemas Patriot — apelos que, até agora, não obtiveram resposta da Casa Branca.
Zelensky também defendeu, na quinta-feira, durante a posse da presidência dinamarquesa da União Europeia, um fortalecimento da cooperação e coordenação com a Ucrânia dentro da União Europeia e da Otan, duas organizações que a Ucrânia deseja integrar.
Rússia anuncia nova troca de prisioneiros com a Ucrânia
A Rússia anunciou, ainda nesta sexta-feira, ter realizado uma nova troca de prisioneiros de guerra com a Ucrânia, como parte de um acordo firmado com Kiev na quarta-feira, durante negociações em Istambul que, no entanto, não resultaram em avanços concretos para a resolução do conflito. "Em 4 de julho, um novo grupo de soldados russos retornou do território controlado pelo regime de Kiev", informou o ministério da Defesa russo em comunicado.
No início de junho, Kiev e Moscou haviam concordado em libertar todos os seus prisioneiros de guerra, jovens ou feridos, e em devolver os corpos dos combatentes mortos — o único resultado tangível das negociações conduzidas em Istambul. Moscou, no entanto, não especificou quantos prisioneiros foram libertados nesta sexta-feira, assim como ocorreu nas trocas anteriores realizadas nas últimas semanas. Kiev também não divulgou números exatos sobre essas trocas anteriores.