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Putin: Rússia não tem o que recuar em crise da Ucrânia

O presidente russo não pretende recuar no impasse com os Estados Unidos e que será forçado a adotar uma reação dura

21 dez 2021 - 16h22
(atualizado às 16h40)
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O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira que a Rússia não tem o que recuar no impasse com os Estados Unidos a respeito da Ucrânia, e que será forçado a adotar uma reação dura, a menos que o Ocidente descarte sua "linha agressiva".

Vladimir Putin durante coletiva Sputnikq/Mikhail Tereshchenko Pool/via Reuters
Vladimir Putin durante coletiva Sputnikq/Mikhail Tereshchenko Pool/via Reuters
Foto: Sputnik/Mikhail Tereshchenko/Pool / Reuters

Putin dirigiu tais comentários a autoridades militares enquanto a Rússia pressiona por uma resposta urgente dos EUA e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a propostas que fez na semana passada para uma série de garantias de segurança do Ocidente.

"O que os EUA estão fazendo na Ucrânia está na nossa porta... e eles deveriam entender que não temos mais para onde recuar. Será que eles pensam que ficaremos assistindo?", disse Putin.

"Se a linha agressiva de nossos colegas ocidentais continuar, adotaremos as medidas de reação militar-técnica adequadas e reagiremos rispidamente a passos inamistosos", acrescentou.

Putin não especificou a natureza destas medidas, mas seu fraseado espelhou aquele usado anteriormente pelo vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, que alertou que a Rússia pode reposicionar mísseis nucleares de médio alcance na Europa em reação ao que vê como planos da Otan de fazer o mesmo.

A Rússia rejeita as acusações ucranianas e norte-americanas de que pode estar preparando uma invasão da Ucrânia já no início do mês que vem, com dezenas de milhares de soldados posicionados ao alcance da fronteira.

O governo russo diz que precisa de promessas do Ocidente, inclusive a de que a Otan abdicará de qualquer atividade militar na Europa Oriental, porque sua segurança está ameaçada pelos laços crescentes da Ucrânia com a aliança ocidental e pela possibilidade de mísseis da Otan serem instalados em território ucraniano visando a Rússia.

O presidente da Ucrânia, Volodymr Zelenskiy, disse na sexta-feira que está disposto a se reunir com a Rússia para "conversas diretas, tête-à-tête, não nos importamos em qual formato". Mas o governo russo repete que não vê sentido em tal reunião sem clareza sobre qual seria a pauta.

Um comunicado do Kremlin disse que Putin enfatizou em uma conversa telefônica com o presidente francês, Emmanuel Macron, que reconvocar o grupo de quatro potências da Normandia, que reúne líderes da Rússia, Ucrânia, França e Alemanha, exigiria passos concretos do governo ucraniano para implantar acordos de paz existentes. A Ucrânia diz que a Rússia e seus representantes é que estão se recusando a interagir.

Como potências ocidentais estão determinadas a mostrar à Rússia que estão firmes em seu apoio à Ucrânia e à Otan, o novo chanceler alemão, Olaf Scholz, também conversou por telefone com Putin.

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