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Putin diz não ver nada errado em dar passaportes a moradores do leste da Ucrânia

25 abr 2019 - 11h46
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira que não há nada de errado em afrouxar as regras para que moradores de regiões rebeldes da Ucrânia recebam passaportes russos, uma decisão que provocou críticas e clamores por mais sanções contra Moscou.

Presidente russo, Vladimir Putin, em Vladivostok
25/04/2019
Sputnik/Alexei Nikolsky/Kremlin via REUTERS
Presidente russo, Vladimir Putin, em Vladivostok 25/04/2019 Sputnik/Alexei Nikolsky/Kremlin via REUTERS
Foto: Reuters

Falando a repórteres ao final de uma cúpula com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, Putin disse que Polônia, Romênia e Hungria concedem cidadania a parentes étnicos fora de suas fronteiras, e que não vê impedimento para a Rússia fazer o mesmo.

"Isso causou uma reação negativa. É estranho", disse Putin. "Como é que russos na Ucrânia são piores que romenos, poloneses ou húngaros? Não vejo nada incomum nisto".

Na quarta-feira, Putin assinou um decreto que afirma que os moradores das regiões ucranianas de Donestk e Luhansk têm direito de solicitar a cidadania russa por meio de um procedimento acelerado para processar os pedidos dentro de três meses.

A União Europeia rejeitou a medida russa nesta quinta-feira, classificando-a como outro ataque de Moscou à soberania da Ucrânia.

"O momento... mostra a intenção da Rússia de desestabilizar ainda mais a Ucrânia e de exacerbar o conflito", disse o porta-voz da chefe de política externa da UE, Federica Mogherini, em um comunicado.

O presidente eleito da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, que venceu uma eleição presidencial com grande vantagem no domingo, disse que a manobra russa mostrou que Moscou está travando uma guerra em seu país e pediu sanções adicionais contra a Rússia.

Rebeliões contra o governo ucraniano irromperam nas regiões de Donestk e Luhansk, no leste, em 2014, pouco depois de um presidente pró-Rússia ser deposto por uma revolta popular em Kiev.

Moscou, que anexou a região ucraniana da Crimeia no mesmo ano, proporcionou ajuda militar aos separatistas do leste, segundo indícios obtidos pela Reuters, mas autoridades russas negaram ter oferecido apoio material.

Cinco anos de guerra já mataram 13 mil pessoas. Um cessar-fogo assinado em 2015 encerrou os grandes combates, mas confrontos mortais ainda acontecem com frequência. Os Estados Unidos e a UE vêm mantendo sanções financeiras contra a Rússia desde 2014 devido às suas políticas em relação à Ucrânia.

Putin disse nesta quinta-feira que Moscou está disposta a trabalhar com Zelenskiy se ele implantar todos os termos dos acordos de trégua de 2015, mediados na capital de Belarus, Minsk, com apoio internacional - os dois lados se acusam de violar os acordos.

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