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A moeda mais velha do mundo e a mais nova: o poder de resistir - e de recomeçar

história por trás de cada unidade monetária também revela mudanças políticas, tecnológicas e culturais. Saiba qual a moeda mais velha e mais nova do mundo.

11 dez 2025 - 11h30
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A discussão sobre moedas em circulação costuma se concentrar em câmbio, inflação ou viagens internacionais. No entanto, a história por trás de cada unidade monetária também revela mudanças políticas, tecnológicas e culturais. Atualmente, dois extremos chamam a atenção: de um lado, a moeda mais antiga ainda usada no mundo; de outro, algumas das mais novas, criadas em meio a transformações econômicas recentes. Entre tradição e renovação, a paisagem monetária global continua em movimento.

Ao observar o dinheiro que circula hoje, fica claro que algumas moedas carregam séculos de história, enquanto outras foram pensadas para atender a necessidades bem atuais, como integração regional, estabilidade de preços ou digitalização das transações. Esse contraste ajuda a entender como países preservam símbolos nacionais e, ao mesmo tempo, adaptam seus sistemas financeiros a novos contextos.

No início da década de 2020, um dos casos mais recentes de nova unidade monetária física foi o novo kwanza em Angola, introduzido em meio a mudanças no regime cambial e na política econômica – depositphotos.com / VadimVasenin
No início da década de 2020, um dos casos mais recentes de nova unidade monetária física foi o novo kwanza em Angola, introduzido em meio a mudanças no regime cambial e na política econômica – depositphotos.com / VadimVasenin
Foto: Giro 10

Qual é a moeda mais antiga ainda em circulação?

A maioria dos estudos e bases de dados de bancos centrais aponta a libra esterlina, do Reino Unido, como a moeda mais antiga ainda em uso contínuo. Sua origem remonta ao final do século VIII e início do século IX, no período anglo-saxão, quando o termo "pound" já aparecia associado a medidas de prata. Ao longo dos séculos, o sistema monetário britânico passou por reformas, mudanças de padrão metálico e, em 1971, pela adoção do sistema decimal, mas o nome e o papel da libra esterlina foram preservados.

O que diferencia a libra de outras moedas históricas é essa continuidade institucional. Países como França, Itália e Alemanha também tiveram moedas tradicionais, como franco, lira e marco, mas essas unidades foram substituídas pelo euro a partir de 1999 na forma eletrônica e, em 2002, em notas e moedas físicas. No caso britânico, mesmo após a saída do Reino Unido da União Europeia, a libra permaneceu como símbolo central de soberania econômica e identidade nacional.

Além do aspecto simbólico, a longevidade da libra esterlina também está ligada ao papel de Londres como centro financeiro internacional. Durante o século XIX e parte do XX, a moeda britânica foi referência no comércio mundial, especialmente no período do padrão-ouro. Ainda hoje, apesar da liderança do dólar nos mercados globais, a libra figura entre as moedas mais negociadas e mantidas em reservas internacionais, o que contribui para a sua permanência no sistema financeiro.

Moeda mais antiga do mundo ainda usada: por que isso importa?

Identificar a moeda mais antiga do mundo ainda em uso vai além da curiosidade histórica. Para economistas e historiadores, a continuidade de uma unidade monetária indica estabilidade institucional, capacidade de adaptação e confiança da população no sistema financeiro. A libra esterlina atravessou guerras, crises bancárias, mudanças de governo e transformações tecnológicas, mantendo-se reconhecida tanto internamente quanto no exterior.

Há também um componente prático. Nomes de moedas muito antigos se consolidam no cotidiano: aparecem em contratos, literatura, leis e registros oficiais. A manutenção do mesmo nome, mesmo com reformas profundas no funcionamento da moeda, reduz incertezas e evita a ruptura total com o passado. Em paralelo, outros países optaram por rebatizar seu dinheiro em momentos de hiperinflação, independência política ou reestruturação econômica, criando moedas totalmente novas.

Mais recentemente, a discussão sobre moedas antigas ganhou um elemento adicional: o surgimento das moedas digitais de bancos centrais, conhecidas pela sigla em inglês CBDCs. Embora essas versões digitais não anulem imediatamente as cédulas e moedas físicas, elas introduzem uma nova camada tecnológica ao dinheiro. Nesse contexto, algumas nações mantêm o nome tradicional de suas moedas, mas renovam a forma como elas circulam, reforçando a ideia de que tradição e inovação podem coexistir.

Qual é a moeda mais nova lançada no cenário global?

A criação de uma moeda nacional totalmente nova é menos frequente nos últimos anos, mas ainda ocorre em situações específicas, como independência de países ou reformas profundas. No início da década de 2020, um dos casos mais recentes de nova unidade monetária física foi o novo kwanza em Angola, introduzido em meio a mudanças no regime cambial e na política econômica. Em outros contextos, países rebatizaram e reestruturaram moedas para lidar com inflação alta, como aconteceu em diferentes momentos na América Latina e na Europa Oriental.

Ao mesmo tempo, o conceito de "moeda mais nova" passou a incluir as versões digitais emitidas por bancos centrais. Diversos países lançaram, a partir de 2020, suas próprias moedas digitais oficiais, como o eNaira, na Nigéria, e o sand dollar, nas Bahamas. Em 2024 e 2025, novos projetos-piloto e lançamentos vêm ocorrendo em regiões da Ásia, África e Caribe, com foco em inclusão financeira e redução de custos de transação.

Nesses casos, a inovação não está apenas no nome, mas na forma de circulação. Diferentemente das criptomoedas privadas, essas unidades digitais são lastreadas pelo banco central e reconhecidas como moeda de curso legal. Assim, o "dinheiro mais novo" não necessariamente é uma nota recém-impressa, mas um código registrado em uma carteira digital, acessado por meio de aplicativos em celulares e outros dispositivos conectados.

o conceito de “moeda mais nova” passou a incluir as versões digitais emitidas por bancos centrais – depositphotos.com / RODWORKS
o conceito de “moeda mais nova” passou a incluir as versões digitais emitidas por bancos centrais – depositphotos.com / RODWORKS
Foto: Giro 10

O que diferencia moedas antigas e novas na prática?

Na comparação entre a moeda mais antiga ainda usada e as mais novas, aparecem diferenças em pelo menos três dimensões: tecnologia, governança e percepção pública. Enquanto a libra esterlina mantém forte presença em papel-moeda e depósitos bancários tradicionais, as moedas digitais recém-lançadas apostam em infraestrutura de blockchain ou sistemas centralizados de registro, focados em rastreabilidade e rapidez nas transações.

  • Tecnologia: moedas antigas foram criadas em um contexto de metal cunhado e papel; as novas já nascem integradas ao ambiente digital.
  • Objetivos: unidades históricas consolidaram-se como referência de valor; moedas recentes costumam surgir para combater instabilidade ou ampliar o acesso a serviços financeiros.
  • Uso cotidiano: em muitos países, cédulas ainda são predominantes; nos projetos mais novos, a circulação tende a ser majoritariamente eletrônica.

Para acompanhar essas transformações, especialistas costumam observar alguns pontos:

  1. Evolução das leis que definem qual é a moeda de curso legal.
  2. Adesão da população a formas digitais de pagamento.
  3. Interação entre moedas nacionais, regionais e ativos globais, como o dólar.
  4. Planos de bancos centrais para preservar moedas tradicionais e, ao mesmo tempo, adotar soluções tecnológicas recentes.

Entre a longevidade da libra esterlina e o surgimento de novas moedas físicas e digitais, o dinheiro se mostra como um instrumento em constante adaptação. A moeda mais antiga ainda em uso ajuda a entender como instituições resistem ao tempo, enquanto as criações mais recentes indicam para onde caminham os sistemas de pagamento no mundo contemporâneo.

Giro 10
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