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Príncipe herdeiro saudita promete entregar assassinos de Khashoggi à Justiça

24 out 2018 - 16h46
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O poderoso príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, prometeu nesta quarta-feira que os assassinos de Jamal Khashoggi serão levados à Justiça, seus primeiros comentários desde o assassinato do jornalista, que causou repúdio em todo o mundo.

Príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman discursa durante fórum de investimentos em Riad
24/10/2018 Bandar Algaloud/Cortesia da Corte Real Saudita/ Divulgação via REUTERS
Príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman discursa durante fórum de investimentos em Riad 24/10/2018 Bandar Algaloud/Cortesia da Corte Real Saudita/ Divulgação via REUTERS
Foto: Reuters

Em tom desafiador, o príncipe Mohammed disse a investidores internacionais presentes a uma grande conferência em Riad que a indignação provocada pelo assassinato de Khashoggi no consulado saudita de Istambul não afetará o ímpeto das reformas do reino.

Seus comentários vieram horas depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter dito, segundo o Wall Street Journal, que, como governante de fato da Arábia Saudita, o príncipe herdeiro tem que responder pela operação que levou à morte de Khashoggi.

"Provaremos ao mundo que os dois governos (saudita e turco) estão cooperando para punir qualquer criminoso, qualquer culpado, e no final a justiça prevalecerá", disse ele, e foi aplaudido.

O maior exportador de petróleo do mundo está sofrendo uma pressão crescente por causa da morte de Khashoggi, colunista e um dos críticos mais contundentes do príncipe herdeiro.

A crise tensionou os laços de Riad com o Ocidente e levou dezenas de políticos, grandes banqueiros e executivos ocidentais a boicotarem a conferência inaugurada em Riad na terça-feira.

Primeiramente a Arábia Saudita negou qualquer envolvimento no desaparecimento de Khashoggi depois que ele entrou no consulado, mas uma autoridade saudita acabou atribuindo sua morte em 2 de outubro a uma tentativa fracassada de fazê-lo voltar ao reino. A Turquia rejeitou os esforços sauditas para culpar agentes clandestinos e exortou o reino a procurar os responsáveis "em todos os cantos".

O príncipe Mohammed disse que a Arábia Saudita e a Turquia trabalharão juntas "para obter resultados" em uma investigação conjunta e descreveu a cooperação bilateral como "especial", apesar das críticas de Ancara.

"O incidente que aconteceu é muito doloroso, para todos os sauditas... o incidente não é justificável", afirmou o príncipe herdeiro em uma comissão de debate na conferência.

O presidente turco, Tayyip Erdogan, conversou com o príncipe Mohammed nesta quarta-feira, e os dois trataram das medidas necessárias para esclarecer todos os aspectos da morte de Khashoggi, disse uma fonte presidencial - mas um assessor de Erdogan escreveu em um jornal de seu país que o príncipe tem "sangue nas mãos".

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