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Presidente do Peru assume que usou offshore para evitar pagar impostos para os EUA

18 mar 2018 - 16h27
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O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, disse a uma Comissão Parlamentar de Inquérito que usou uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas para evitar legalmente o pagamento de impostos aos Estados Unidos, de acordo com áudio obtido pela Reuters neste sábado.

Kuczynski fez a revelação durante mais de sete horas de interrogatório na sexta-feira, enquanto tentava se esquivar de um crescente escândalo de corrupção menos de uma semana antes de uma nova votação de impeachment no Congresso.

Ex-banqueiro de Wall Street e casado com uma norte-americana, Kuczynski disse ao comitê que a empresa offshore, Dorado Asset Management Ltd, era controlada pela sua filha e o ajudou a evitar pagar impostos norte-americanos sobre suas propriedades no Peru.

"Por que pagaríamos ao Tio Sam e ao Sr. Trump um montão de dinheiro que está aqui no Peru?", disse o presidente ao comitê durante uma gravação de quatro minutos do interrogatório, que ocorreu sob sigilo.

Kuczynski irá se encontrar com Trump, que chamou a evasão de "esperta", em uma reunião de líderes da região no próximo mês.

Em resposta à gravação, um dos advogados de Kuczynski presentes à reunião, Gonzalo del Río, disse à Reuters que a transação foi legal e elogiou o presidente por estar disposto a discutir suas finanças pessoais com o comitê, apesar do tenso clima político.

Karina Beteta, a parlamentar da oposição que fez a pergunta sobre Dorado a Kuczynski, confirmou que o conteúdo da gravação é legítimo.

Apesar de legais, esquemas de evasão fiscal são criticados desde a divulgação, em 2016, dos Panamá Papers, uma investigação sobre o sombrio mundo de offshores que escondem patrimônios de milionários, desvendada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos.

Kuczynski tinha cidadania norte-americana antes de concorrer à Presidência, em 2016, quando foi eleito sob esperança de que usaria sua experiência no setor privado para limpar a corrupção estatal.

Mas, menos de dois anos depois de assumir, a riqueza e o histórico financeiro do presidente foram escrutinados, e parlamentares da oposição o acusam de conluio com a construtora brasileira Odebrecht.

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