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Premiê de Israel diz que Irã armazenou documentos nucleares após acordo de 2015

30 abr 2018 - 16h56
(atualizado às 17h02)
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Israel apresentou nesta segunda-feira o que disse ser evidência de que o Irã continua a reunir conhecimento nuclear depois de assinar um acordo em 2015 com as potências mundiais para conter isso, fazendo um apelo para Washington rejeitar o acordo.

Premiê de Israel em coletiva de imprensa em Telaviv
30/04/2018
REUTERS/Amir Cohen
Premiê de Israel em coletiva de imprensa em Telaviv 30/04/2018 REUTERS/Amir Cohen
Foto: Reuters

"Os líderes do Irã negam repetidamente a busca por armas nucleares", disse Netanyahu. "Hoje à noite eu estou aqui para dizer uma coisa: o Irã mentiu."

"Primeiro, o Irã mentiu sobre nunca ter um programa de armas nucleares; 100 mil arquivos secretos provam isso. Segundo, mesmo depois do acordo, o Irã continuou a preservar e expandir seu conhecimento sobre armas nucleares para uso futuro", disse Netanyahu.

"Em terceiro lugar, o Irã mentiu novamente em 2015, quando não ficou claro para a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), conforme exigido pelo acordo nuclear."

O líder israelense falou em inglês e mostrou fotos e vídeos supostamente de instalações nucleares secretas iranianas, além de documentos iranianos e planos para desenvolver armas atômicas.

"Depois de assinar o acordo nuclear em 2015, o Irã intensificou esforços para esconder seus arquivos secretos", afirmou. "Em 2017, o Irã transferiu seus arquivos de armas nucleares para um local altamente secreto em Teerã."

Netanyahu disse que o Irã continuou a preservar e expandir seu conhecimento sobre armas nucleares para uso futuro.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem criticado há tempos o acordo de 2015, pelo qual as potências mundiais retiraram as sanções econômicas sobre o Irã em troca de restrições ao seu programa nuclear.

Trump tem ameaçado sair do acordo nas próximas semanas, a menos que seja renegociado. Netanyahu disse esperar que Trump faça "a coisa certa" ao rever o acordo com o Irã.

Netanyahu se encontro em Tel Aviv com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo e ambos deram duras declarações sobre o Irã.

"Continuamos profundamente preocupados com a perigosa escalada de ameaças do Irã contra Israel e a região", disse Pompeo.

Netanyahu disse: "Eu acho que a maior ameaça para o mundo e para os nossos dois países, e para todos os países, é o casamento do islamismo militante com armas nucleares e, especificamente, a tentativa do Irã de desenvolver armas nucleares."

Netanyahu também tratou do Irã com Trump por telefone no fim de semana.

Israel há muito se opõe ao acordo, enquanto os principais aliados europeus de Washington pediram ao governo Trump que não o abandone e argumentam que o Irã está cumprindo seus termos.

O vice-ministro do Exterior do Irã afirmou que as alegações de Israel sobre o programa nuclear de Teerã são "infantis e ridículas" e buscam afetar a decisão de Trump sobre o acordo nuclear, segundo a agência de notícias semioficial Tasnim.

"O show de Netanyahu foi um jogo infantil e ridículo... O programa planejado antes do prazo final de 12 de maio é para afetar a decisão de Trump sobre o acordo nuclear do Irã", disse Abbas Araqchi, segundo a Tasnim.

O chefe da organização de energia atômica do Irã disse nesta segunda-feira que o Irã tem capacidade técnica para enriquecer urânio a um nível mais alto do que antes do acordo multinacional.

"Tecnicamente, estamos totalmente preparados para enriquecer urânio mais alto do que costumávamos produzir antes que o acordo fosse alcançado. Espero que Trump caia em si e continue no acordo", afirmou Ali Akbar Salehi à TV estatal iraniana.

Acredita-se que Israel seja o único país com armas nucleares no Oriente Médio, embora não confirme nem negue possuir armas atômicas.

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