Papa Leão substitui cardeal de Nova York em reformulação na Igreja dos EUA
O papa Leão 14 substituiu o cardeal Timothy Dolan como líder da Igreja Católica em Nova York, anunciou o Vaticano na quinta-feira, deixando de lado uma figura proeminente da Igreja dos EUA em uma grande mudança na liderança católica do país.
Leão, o primeiro papa norte-americano, nomeou um clérigo relativamente desconhecido de Illinois, o bispo Ronald Hicks, para substituir Dolan como líder da segunda maior diocese católica do país, que abriga cerca de 2,8 milhões de seguidores da Igreja.
Dolan, arcebispo de Nova York desde 2009 e ex-presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA, ofereceu sua renúncia em fevereiro ao completar 75 anos, conforme exigido pela lei da Igreja. Os cardeais geralmente servem até os 80 anos, a idade de aposentadoria obrigatória.
"Hicks representa não apenas um novo capítulo para Nova York, mas para a Igreja norte-americana como um todo", disse David Gibson, especialista em Igreja dos EUA.
COMUNIDADE LATINA
Em uma coletiva de imprensa em Nova York, algumas horas após o anúncio do Vaticano, Hicks, de 58 anos, fez alguns comentários em espanhol antes de falar em inglês. Como ex-missionário na América Latina, ele disse que tem um "grande coração" pela comunidade latina.
Hicks também repetiu um anterior endosso à condenação dos bispos católicos dos EUA à repressão à imigração do presidente Donald Trump.
Ele disse que os EUA devem proteger suas fronteiras, mas "também devem ser um país que defende a dignidade humana, o respeito e o bom tratamento mútuo".
Hicks, líder da Igreja em Joliet, Illinois, desde 2020, tem várias semelhanças com o papa Leão. Ambos são originários dos subúrbios do sul de Chicago, mas passaram anos como missionários -- Leão no Peru e Hicks em El Salvador.
A Arquidiocese de Nova York é uma instituição ampla e influente, que atende os católicos de Manhattan, do Bronx e de Staten Island, e em sete condados ao norte, em 296 paróquias e centenas de escolas e hospitais católicos.
A substituição de Dolan ocorre no momento em que a arquidiocese está lutando para arrecadar mais de US$300 milhões para os acordos esperados com sobreviventes de abusos cometidos pelo clero católico.