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Mundo

Papa defende dignidade da vida em mundo de armas e inverno demográfico

13 abr 2024 - 11h21
(atualizado às 11h30)
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O papa Francisco realizou neste sábado (13) uma profunda reflexão sobre o valor da vida, a proteção do planeta e também sobre a necessidade de acabar com a lógica dos investimentos destrutivos, como, por exemplo, a fabricação de armas.

A mensagem foi divulgada por ocasião de uma audiência com o Movimento Escoteiro Adulto Católico Italiano (Masci), que neste ano completa 70 anos, celebrada com o lema "Mais vida à vida" e com três projetos que "tocam valores importantes".

São eles: a doação de um berço térmico ao Centro de Acolhimento e Primeiros Socorros de Lampedusa; a construção de uma oficina de carpintaria náutica na Zâmbia; e a plantação de uma floresta em Argenta, na Emilia-Romagna.

"Neste tempo de declínio dramático da natalidade, os homens parecem ter perdido o gosto de gerar e de cuidar dos outros, e talvez até o gosto de viver. O berço doado a Lampedusa recorda o amor pela vida que nasceu", observou o Papa.

"A alegria de uma criança que vem à luz, o compromisso para que ela cresça bem, a expectativa e a esperança do que ela pode se tornar", acrescentou.

Segundo o Pontífice, "o presépio nos fala de família, de ninho acolhedor e seguro para os mais pequenos, de comunidade fundada na gratuidade do amor, e também de atenção à vida em cada fase, especialmente quando o passar dos anos ou as dificuldades da viagem tornam a pessoa mais vulnerável e necessitada".

Para o argentino, a doação ao Centro de Primeiros Socorros e Acolhimento da ilha siciliana é, portanto, significativa: "O amor à vida é sempre aberto e universal, desejoso do bem de todos, independentemente da origem ou de qualquer outra condição".

"Hoje fala-se muito - talvez até demais - sobre a fabricação de armas para fazer a guerra e sobre os investimentos que fornecem a maior parte da renda. São as fábricas de armas sobre investir para destruir; vencer com a destruição", afirmou.

No entanto, o argentino destacou que "a nossa vocação remete-nos à vocação fundamental do homem para transformar os dons de Deus não em meios de morte, mas em instrumentos do bem, no compromisso comum de construir uma sociedade justa e pacífica, onde é dada a todos a possibilidade de uma vida digna".

De acordo com o líder da Igreja Católica, é "a dignidade da vida trabalhando pela dignidade da vida".

Por fim, ele enfatizou que a floresta, terceiro projeto do Masci, concebido em memória de dom Giovanni Minzoni, é o ponto de partida para exortar à "responsabilidade pela casa comum, que o Criador confiou em nossas mãos e guiar nosso pensamento rumo a uma ecologia integral".

"O respeito, o amor e o contato direto com a natureza são características peculiares do Movimento Escoteiro, desde suas origens. E são valores que tanto precisamos hoje, quando nos encontramos cada vez mais impotentes em relação às consequências de uma exploração irresponsável e míope do planeta", ressaltou.

Por fim, lembrou dos "prisioneiros de estilos de vida" e de quem tem "comportamentos igualmente egoístas e surdos a qualquer apelo ao bom senso" e que "são tragicamente autodestrutivos", além de "comportamentos insensíveis ao grito de uma terra ferida, bem como à voz de tantos irmãos e irmãs injustamente marginalizados e excluídos de uma distribuição equitativa dos bens". .

Ansa - Brasil   
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