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Oriente Médio

Segundo dia de negociações de paz em Genebra 2 termina sem progresso

Mediador enviado da ONU, Lakhdar Brahimi, disse que propôs às delegações da Síria discutir em paralelo os temas propostos, mas houve resistência

11 fev 2014 - 14h21
(atualizado às 14h29)
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Louay Safim, porta-voz da Coalização Nacional Síria, representante da oposição, conversa com jornalistas depois do segundo dia de negociações em Genebra nesta terça-feira
Louay Safim, porta-voz da Coalização Nacional Síria, representante da oposição, conversa com jornalistas depois do segundo dia de negociações em Genebra nesta terça-feira
Foto: AP

No segundo dia de encontro na mesa de negociações de paz para a Síria em Genebra, na Conferência de Paz Genebra 2., o mediador enviado da ONU, Lakhdar Brahimi, disse que propôs às delegações do governo e da oposição discutir em paralelo os temas que cada uma delas considera prioritário, porém não obteve progresso nas negociações entre a delegação do governo de Bashar al Assad e da oposição, mas assegurou que tem paciência para que as conversas terminem com resultados concretos.

Faisal Meqdad falou com a imprensa depois do segundo dia de negociações que terminou sem nenhum progresso
Faisal Meqdad falou com a imprensa depois do segundo dia de negociações que terminou sem nenhum progresso
Foto: Reuters

"Não fizemos muito progresso, mas farei o possível para que o processo decole, embora para isso necessito de cooperação das partes aqui e apoio do exterior", declarou Brahimi em entrevista coletiva. 

Para a equipe negociadora do governo a prioridade é deter a violência no país, enquanto a oposição defende que as negociações essenciais comecem pela formação de um órgão de governo transitório na Síria. "Os dois temas são importantes e podemos abordá-los em paralelo", disse Brahimi.

Segundo a oposição, o regime sírio se nega a discutir sobre o estabelecimento de um órgão de governo transitório, um dos quatro pontos que o mediador Lakhdar Brahimi propôs abordar nas negociações de paz para Síria, nesta terça-feira, é que afirma o porta-voz da oposição, Louay Safi, da Coalizão Nacional Síria (CNFROS).

A delegação governamental teria deixado claro durante as negociações que não havia instrução do regime do presidente Bashar al Assad para falar sobre o tema proposto pela oposição e que o regime teria discutindo com Brahimi e não lhe permitira avançar com uma agenda. 

Safi contou que sua delegação apresentou documentos que provam o envolvimento do regime sírio no massacre de civis, o que provaria a participação do governo sírio na conferência "sem intenção de chegar a uma solução política, mas de manter uma pessoa no poder".

Brahimi disse que tem paciência e espera avançar nas negociações de paz nesta segunda rodada de Genebra 2. Ele afirma precisar do apoio do governo e da oposição da Síria
Brahimi disse que tem paciência e espera avançar nas negociações de paz nesta segunda rodada de Genebra 2. Ele afirma precisar do apoio do governo e da oposição da Síria
Foto: Reuters

Já a delegação do governo da Síria disse que nenhuma agenda foi acertada para as conversas de paz em Genebra, apontando como impasse a recusa da oposição para discutir a questão do terrorismo. "Foi outro dia perdido, porque os representantes da coalizão insistiram que o terrorismo na Síria não existe e não querem discuti-lo", disse o vice-ministro de Relações Exteriores, Faisal Mekdad, depois de se reunir com o mediador internacional Lakhdar Brahimi, no segundo dia de conversas.

EUA e Rússia participam de processo de paz na sexta-feira

Em relação ao respaldo externo mencionado, Brahimi se referia a um envolvimento mais decidido dos Estados Unidos e da Rússia no processo de paz, tendo em vista que diplomatas de ambos os países também se reunirão com o mediador nesta sexta-feira.

Sobre o encontro da próxima sexta-feira com os enviados dos EUA e Rússia e o fato de não ter consultado nenhum dos dois lados envolvidos, Brahimi disse que se trata de uma reunião consultiva e de rotina.

O mediador também falou sobre a necessidade ou não de impor uma agenda às partes e disse que não pode "colocar uma pistola contra suas cabeças", ressaltando que, na próxima semana, seguirá a Nova York para informar sobre o desenvolvimento deste processo ao Conselho de Segurança e ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. 

(Com informações da Reuters e EFE)

Fonte: Terra
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