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Oriente Médio

EI contra-ataca em Al Raqqa em meio à incógnita sobre morte de Baghdadi

16 jun 2017 - 14h29
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O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) lançou um contra-ataque na cidade síria de Al Raqqa para frear o avanço das milícias curdas e seus aliados, em meio à confusão sobre a suposta morte de seu líder, Abu Bakr al Baghdadi, anunciada pela Rússia.

As Forças da Síria Democrática (FSD), uma aliança armada liderada pelos curdos, destacaram nesta sexta-feira em um comunicado publicado no Telegram que seus combatentes abateram 22 jihadistas, entre eles três de seus dirigentes, em combates no leste e no oeste da cidade.

Além disso, reconheceram que dois de seus milicianos morreram durante esses confrontos.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, os radicais atacaram nas últimas horas três pontos de concentração dos seus adversários, que sofreram um número indeterminado de baixas, no distrito de Al Yazra, no oeste de Al Raqqa e perto do rio Eufrates.

A agência de notícias "Amaq", vinculada ao EI, informou no Telegram que 11 extremistas fizeram um ataque armado e com explosivos contra posições de seus oponentes no distrito de Al Yazra.

A agência, que citou "fontes militares", detalhou que os radicais se infiltraram em pontos onde havia presença das FSD e atravessaram suas linhas defensivas; e que, pouco depois, se desencadearam choques entre ambos grupos.

Dois dos jihadistas detonaram os coletes de explosivos que estavam presos a seus corpos.

A "Amaq" afirmou que pelo menos 32 combatentes das FSD, às quais se referiu como PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão), morreram na operação.

Por sua vez, no que poderia ser um grande golpe para o EI caso seja confirmado, o Ministério de Defesa da Rússia anunciou hoje que Baghdadi teria morrido no último dia 28 de maio em um bombardeio da aviação russa nos arredores de Al Raqqa.

A Rússia assegurou ainda que os militares americanos, que dirigem a coalizão, foram notificados pela Rússia antes do ataque.

No entanto, o porta-voz de tal aliança, o coronel Joe Scrocca, diretor de Assuntos Públicos da coalizão, disse à Agência Efe em um e-mail que por enquanto não pode confirmar essa informação.

O porta-voz da principal milícia curdo-síria, Nuri Mahmoud, membro das Unidades de Proteção do Povo (YPG, na sigla em curdo), também indicou que não dispõe de dados a respeito dessa operação.

O governo de Damasco, aliado da Rússia, não se pronunciou até agora sobre a suposta morte de Baghdadi e os meios de comunicação oficiais sírios se limitaram a divulgar o comunicado do Ministério russo.

Na última semana, as forças governamentais sírias progrediram pelo sudoeste da província de Al Raqqa em uma operação que transcorre em paralelo à ofensiva das FSD em sua capital homônima.

Desde o último dia 6 de junho, as FSD desenvolvem com o apoio da coalizão internacional e de soldados especiais dos EUA o ataque à cidade de Al Raqqa, considerada a capital do califado autoproclamado pelo EI em 29 de junho de 2014.

Ao completar-se dez dias do começo do ataque, as FSD fizeram hoje um balanço da operação em um comunicado, em que destacaram que mataram 312 membros do EI e capturaram outros sete.

As FSD perderam, por sua parte, 15 de seus milicianos, enquanto 21 ficaram feridos em choques contra os radicais.

Desde o início da campanha militar, o grupo arrebatou do EI quatro bairros de Al Raqqa: Al Meshlab e Al Sinah, no leste, e Al Rumaniya e Al Sabahia, no oeste, além de outras zonas.

Apesar dos progressos frente aos extremistas, a Anistia Internacional (AI) chamou a atenção hoje para o uso de munição de fósforo branco em Al Raqqa, proibida internacionalmente em áreas povoadas, por parte da coalizão, o que qualificou de "ilegal e que poderia representar um crime de guerra".

EFE   
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