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Oriente Médio

Brasileiros querem ajuda de Lula para libertar soldado israelense

27 set 2010 - 17h46
(atualizado em 28/9/2010 às 08h44)
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Gabriel Toueg
Direto de Jerusalém

Um grupo de brasileiros se reuniu nesta segunda-feira em frente à residência oficial do premiê israelense Benjamin Netanyahu para manifestar apoio à família de Gilad Shalit, soldado israelense capturado pelo grupo palestino Hamas há quatro anos. Cerca de cinquenta brasileiros vivendo em Israel participaram do protesto, realizado na tenda na qual Noam e Aviva Shalit, pais do soldado, estão desde que concluíram uma marcha de 12 dias até Jerusalém, no final de junho.

Pai de Gilad Shalit, Noam, quer ajuda do presidente Lula para a libertação do soldado
Pai de Gilad Shalit, Noam, quer ajuda do presidente Lula para a libertação do soldado
Foto: Gabriel Toueg / Especial para Terra

Além do protesto, os brasileiros puderam assinar uma petição que deverá ser enviada ao presidente Lula em meados de outubro, por meio da Embaixada do Brasil em Tel Aviv. Na carta, assinada por cerca de 500 pessoas, na maioria também brasileiros vivendo em Israel, eles pedem que Lula "use sua influência para que um representante oficial do Brasil visite" Shalit na Faixa de Gaza, "dadas as boas relações com os líderes dos países árabes e muçulmanos".

Desde a captura do soldado, em junho de 2006, nenhuma organização humanitária, como a Cruz Vermelha Internacional, teve acesso a ele, e o Hamas não permite o contato entre Gilad e sua família. O último sinal de vida sobre o soldado foi enviado pelo grupo palestino há cerca de um ano: um vídeo no qual Shalit lê uma carta e mostra a data em um jornal publicado em Gaza. Israel liberou 20 prisioneiras palestinas para receber a gravação.

Eliana Katz, organizadora da petição e do protesto, disse acreditar que o número de assinaturas poderia ser maior - especialmente porque o abaixo-assinado está disponível na internet - mas pretende enviar o documento ao presidente Lula antes do fim do mandato. "Queremos que ele intervenha junto ao Hamas para conseguir visitar Gilad Shalit", disse.

Eliana, que vive no país há 40 anos, conta que "não podia dormir de preocupação" pensando no que fazer sobre a situação. Nesta segunda, durante a manifestação, ela conversou com os pais de Gilad. Segundo ela, Noam pareceu bastante desapontado, mas agradeceu o interesse e a mobilização dos brasileiros. Dezenas de voluntários se revezam diariamente na tenda distribuindo adesivos, camisetas e faixas amarelas, símbolo da campanha por Gilad Shalit.

Em conversa com a imprensa brasileira, Noam Shalit disse não estar certo de que se sabe, no Brasil, sobre o caso do filho. "Se o Brasil quisesse, poderia pressionar o Hamas através da Síria e do Irã para ajudar a achar uma solução". Mas, claramente cansado, ele disse não saber se o governo brasileiro tem interesse. Ao ser perguntado até quando pretende ficar na tenda, ele respondeu: "Enquanto houver força, por enquanto estamos aqui, mas em breve começa o inverno".

Genebra

No domingo uma tenda foi montada por organizações judaicas e pelo Instituto de Justiça de Jerusalém (IJJ) ao lado da sede da ONU em Genebra. As entidades pedem que a Cruz Vermelha visite Shalit na Faixa de Gaza e prepare um relatório sobre as condições do soldado. Além disso, exigem que a entidade imponha sanções ao Hamas se o grupo não permitir a visita.

De acordo com a imprensa israelense, uma manifestação deverá ser organizada na cidade na terça-feira. O assessor jurídico do IJJ, Caleb Meyers, disse ao jornal israelense Yediot Aharonot que "é hora de acabar com padrão duplo da Cruz Vermelha e do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que investigam Israel e seus cidadãos, por um lado, e por outro lado fornecem ajuda ao governo terrorista em Gaza, sem obrigá-lo a respeitar tratados internacionais".

Manifestações no Brasil

Mais de 1,2 mil pessoas participaram em manifestações realizadas por Gilad Shalit em julho deste ano, paralelamente em diferentes cidades brasileiras. De acordo com a Confederação Israelita do Brasil (Conib), cerca de 350 pessoas estiveram nos protestos em São Paulo, 300 no Rio de Janeiro e centenas de outros participaram em atos em Belo Horizonte, Manaus, Brasília e Florianópolis.

Fonte: Redação Terra
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