Nem todos os papas foram eleitos por conclave; entenda o que é a aclamação
Cinco papas foram eleitos pelo método abolido por São João Paulo II em 1996
Após o funeral do papa Francisco, a Igreja Católica começa a se preparar para a escolha de seu novo líder. O processo, um dos mais famosos do mundo, é cercado por mistérios e tem uma ritualística particular, cheia de simbologias.
Nos últimos séculos, o conclave --palavra que vem do latim cum clavis, que significa fechado com chave e se refere à prática de confinar os cardeais para permitir que eles escolham um novo papa sem interferência externa-- tem sido a maneira como os bispos de Roma são eleitos.
Mas, na história da Igreja, essa não foi a única forma. A aclamação, por exemplo, já foi um dos métodos de eleição papal, que chegou a eleger cinco pontífices.
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A aclamação já foi um dos métodos de eleição papal. O método de eleição está contido nas Constituições de Gregório XV Aeterni Patris Filius e Romanum decet Pontificem, a constituição de Urbano VIII Ad Romani Pontificis Providentiam.
Para esse método de eleição, todo o Colégio dos Cardeais precisa estar reunido e, por unanimidade, proclamar um dos candidatos Sumo Pontífice, sem a formalidade de votação.
Esta eleição obrigatoriamente devia ser feita sem consulta prévia ou negociação, pois a aclamação era considerada proveniente do Espírito Santo, daí o nome do método.
Apenas cinco papas foram eleitos dessa maneira: Gregório I, em 590; Gregório III, que, em 731, foi eleito durante o cortejo fúnebre de seu antecessor; e Gregório VI, que, em 1073, foi escolhido após o povo de Roma começar a chamar por seu nome de batismo e acabou confirmado pelos cardeais. Clemente X também teve o nome chamado pelo povo durante um conclave em 1670. Seis anos depois, Inocêncio XI recebeu o trono também por aclamação.
Em 1996, a constituição de João Paulo II, Universi Dominici Gregis, proibiu esse tipo de eleição.