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Não esperem avanço sobre Brexit em Nova York, alerta Johnson

23 set 2019 - 08h26
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O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, alertou nesta segunda-feira que não haverá nenhum avanço nas negociações sobre a separação britânica da União Europeia nas conversas que terá com líderes europeus em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da ONU, uma vez que as diferenças permanecem, mas disse que houve um progresso considerável rumo a um acordo.

Premiê britânico, Boris Johnson
16/09/2019
REUTERS/Yves Herman
Premiê britânico, Boris Johnson 16/09/2019 REUTERS/Yves Herman
Foto: Reuters

Três anos depois de os britânicos terem votado para sair da UE, as esperanças de um avanço cresceram na semana passada, quando Johnson disse que a forma de um pacto para a desfiliação estava emergindo e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que um acordo é possível.

Mas os dois lados divergem sobre o desejo do Reino Unido de retirar a salvaguarda para impedir uma fronteira dura entre Irlanda e Irlanda do Norte do acordo de saída firmado pela antecessora de Johnson, Theresa May. Diplomatas do bloco dizem que Londres ainda não propôs nenhuma alternativa aceitável.

Johnson, que prometeu concretizar o Brexit em 31 de outubro com ou sem um acordo, se encontrará com líderes da UE nos bastidores da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, incluindo a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o premiê da Irlanda, Leo Varadkar.

Ele também debaterá os passos para um acordo do Brexit com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.

"Alerto todos vocês a não pensarem que este será o momento", disse Johnson aos repórteres no avião rumo aos Estados Unidos. "Não quero elevar excessivamente a crença de que haverá um avanço em Nova York".

Ele disse que, embora "bastante" progresso tenha sido feito desde que ele tomou posse em julho, já que agora os líderes da UE reconhecem que o Acordo de Saída firmado por sua precursora precisa ser alterado, "está claro que ainda existem lacunas e dificuldades".

Johnson quer retirar o chamado backstop, uma apólice de seguro concebida para evitar uma fronteira dura na ilha da Irlanda fazendo o Reino Unido seguir as regras do bloco no comércio, na ajuda estatal, no trabalho e nos padrões ambientais para que não sejam necessárias verificações.

A Irlanda é crucial para qualquer solução para o Brexit. Johnson não conseguirá obter aprovação parlamentar se o backstop não for descartado ou emendado, mas a Irlanda e a UE não estão dispostas a assinar um acordo sem uma solução para a fronteira.

Na semana passada, o Reino Unido compartilhou documentos legais com Bruxelas nos quais delineou suas ideias para lidar com o tema polarizador do backstop, mas estas não foram as propostas formais legais que o bloco havia solicitado.

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