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vc repórter: mãe faz campanha para recuperar filho no Japão

Brasileira afirma que uma espécie de Conselho Tutelar do país levou seu filho à força, após uma falsa denúncia sobre agressão

26 jun 2015 - 09h38
(atualizado às 09h42)
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Mãe de três meninas e um menino, a brasileira Cristina Kasue Akama iniciou uma campanha nas redes sociais para tentar recuperar seu filho Arthur, 9 anos, no Japão. De acordo com ela, o garoto foi levado à força pelo Jidou Sodanjo (Centro Nacional de Orientação da Criança e do Adolescente), no dia 16 de junho, após uma suposta denúncia sobre maus tratos.

Garoto de 9 anos foi levado após denúncia de maus tratos
Garoto de 9 anos foi levado após denúncia de maus tratos
Foto: Facebook / Reprodução

Cristina, que mora na cidade de Kuwana com os quatro filhos, nega que tenha agredido o menino. Em publicação feita no Facebook, a brasileira afirmou que Arthur foi “sequestrado”. Ela explicou que, devido a uma mudança na lei de proteção dos menores de idade, o Jidou Sodanjo tem autorização para recolher crianças mesmo antes de confirmar a veracidade das denúncias que as envolvem. A mãe disse ainda que os funcionários do órgão recebem mais de 300 mil ienes por “captura”.

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Para recuperar o filho, Cristina procurou o Consulado do Brasil em Nagoya, que teria informado que nada poderia fazer diante da lei do país. Ela também tem mobilizado usuários das redes sociais, que compartilham as postagens sobre o caso e demonstram apoio à causa. A brasileira afirmou que não permitiram que ela tivesse qualquer tipo de contato com o menino após o ocorrido.

Na última quinta-feira (25), a mãe de Arthur fez uma nova publicação na rede social e contou que conseguiu falar com funcionários do Jidou Sodanjo. A postagem foi compartilhada por cerca de 2,3 mil pessoas. O centro teria informado que a denúncia partiu da escola da criança, que relatou que ela estava com um machucado nas costas, mas o menino nega.

A brasileira disse ainda que o órgão pediu que ela admita que maltrata seu filho, já que não há provas e nem o testemunho da vítima para confirmar se a agressão aconteceu. O centro ainda teria avisado que, se a mãe continuar negando, “não terá mais conversa” e eles solicitarão ao tribunal familiar que coloque a criança em um orfanato. Ela afirmou que, se decidir “mentir e assumir a culpa”, o órgão poderá devolver Arthur, mas há corre o risco de perder a guarda das outras filhas, caso o Jidou Sodanjo a denuncie.

Em nota, a Embaixada do Brasil em Tóquio afirmou que o Ministério das Relações Exteriores em Brasília e o Consulado-Geral do Brasil em Nagóia têm acompanhado, "com cuidado", a situação de Cristina. O órgão afirmou que a brasileira já está em contato com o Consulado, que está verificando junto às autoridades japonesas do Jidou Sodanjo o andamento das denúncias recebidas.

A embaixada informou que Cristina foi orientada a procurar resolver o caso pelas vias jurídicas japonesas e acrescentou que autoridades do Japão asseguraram que o menor está "em segurança e com saúde". De acordo com o órgão, o Setor de Assistência do Consulado-Geral segue em contato com a brasileira e com as autoridade do país, "visando acompanhar os desdobramentos da situação e apurar as alternativas de ação para solução da questão".

A leitora Keila Isiara, de Tóquio (Japão), participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui ou envie pelo aplicativo WhatsApp, disponível para smartphones, para o número +55 11 97493.4521.

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