Líder opositor é barrado em La Paz após dar ultimato a Evo Morales
Camacho foi proibido de entrar em La Paz em meio a protestos
O líder opositor Luis Fernando Camacho, que prometeu forçar a renúncia do presidente da Bolívia, Evo Morales, acusou o governo depois de ser impedido de deixar o aeroporto de El Alto, na região de La Paz, e ter que voltar para a cidade de Santa Cruz de la Sierra. O episódio alimenta ainda mais as tensões no país, que vive uma crise desde as últimas eleições, em 20 de outubro. A oposição boliviana alega que houve fraude no pleito que garantiu a vitória de Morales pela quarta vez. Ontem (5), diversos simpatizantes de Morales entraram no terminal de embarque na tentativa de invadir o local restrito onde Camacho foi mantido. O protesto ocorreu um dia depois dele anunciar que entregaria pessoalmente ao mandatário boliviano uma carta de renúncia para ser assinada. "Não voltei por vontade própria, eles nos levaram a mentir que as pessoas estavam entrando no aeroporto", explicou Camacho, que ficou retido no aeroporto por mais de 10 horas. O opositor ainda revelou que retornará ao palácio de governo hoje para entregar a Morales o documento para deixar a presidência. "Dez mil homens de um partido foram deslocados para que um único homem não possa entrar em La Paz", ressaltou. Camacho ainda reafirmou que "não está com medo" após sua frustrada visita a La Paz. Morales, por sua vez, reuniu uma multidão em um comício contra o que chamou de "ameaça de golpe de Estado por parte dos opositores". O mandatário reafirmou que as acusações de fraude eram um pretexto para sua destituição e pediu uma mobilização popular em defesa do voto. Gritando "Pátria ou morte!", Morales fez um alerta a seus apoiadores para "enfrentar e rejeitar o golpe de Estado dos racistas que tentam recuperar o poder político". Enquanto isso, confrontos entre policiais e manifestantes foram registrados no centro de La Paz. As autoridades utilizaram jatos d'água e bombas de gás lacrimogêneo para conter os atos.
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