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Justiça britânica autoriza busca na Cambridge Analytica

Consultoria é acusada de fraudar dados de usuários do Facebook

23 mar 2018 - 17h47
(atualizado às 19h11)
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A Justiça do Reino Unido autorizou uma operação de busca e apreensão na sede em Londres da consultoria política Cambridge Analytica, acusada de ter violado os dados de 50 milhões de usuários do Facebook para fins eleitorais.

Justiça britânica autoriza busca na Cambridge Analytica
Justiça britânica autoriza busca na Cambridge Analytica
Foto: EPA / Ansa - Brasil

A empresa prestou serviços para a campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e grupos pró-Brexit e teria adquirido as informações do acadêmico da Universidade de Cambridge - que não tem ligação com a empresa - Aleksandr Kogan, que as obtivera por meio de um "teste de personalidade".

A autoridade britânica para proteção de dados pessoais poderá analisar documentos e computadores da Cambridge Analytica, que nega qualquer irregularidade, apesar de ter afastado seu CEO temporariamente.

O escândalo também arranhou a imagem do Facebook, que foi chamado a prestar esclarecimentos sobre sua política de privacidade em diversos países, como Reino Unido, Estados Unidos e Itália.

Ao fazer o teste de personalidade de Kogan, os próprios usuários deram acesso a suas informações na rede social, mas o termo de responsabilidade não previa a cessão dos dados para terceiros.

Uma campanha de boicote ao Facebook vem ganhando força nos últimos dias e já angariou o apoio até do bilionário Elon Musk, que cancelou as páginas de suas empresas mais célebres, a Tesla e a SpaceX, na rede social.

Brexit

Uma ex-dirigente da Cambridge Analytica, Brittany Kaiser, revelou ao jornal "The Guardian" que a consultoria realizara análise de dados para a plataforma "Leave.Eu" ("Deixe a União Europeia", em tradução livre), uma das promotoras da campanha pelo rompimento entre Londres e Bruxelas.

Essas informações teriam sido coletadas pelo Partido da Independência do Reino Unido (Ukip), sigla eurocética que capitaneou a campanha pró-Brexit.

Além disso, o jornal "The New York Times" declarou que o novo conselheiro para Segurança Nacional de Trump, o ultraconservador John Bolton, teria sido um dos primeiros clientes a se beneficiar das informações coletadas ilegalmente pela Cambridge Analytica.

Em 2014, seu comitê político contratou a consultoria, poucos meses depois de sua criação, e pagou US$ 1,2 milhão nos dois anos sucessivos.

Ansa - Brasil   
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