Jornalistas de Belarus e Geórgia ganham Prêmio Sakharov
Poczobut e Amaglobeli estão presos por desafiar regimes
O Parlamento da União Europeia concedeu nesta quarta-feira (22) o Prêmio Sakharov em 2025 para os jornalistas Andrzej Poczobut, de Belarus, e Mzia Amaglobeli, da Geórgia, ambos símbolos da luta pela liberdade de expressão e pela democracia em seus países.
Essa é a maior honraria da UE para reconhecer a liberdade de pensamento e a batalha pelos direitos civis no mundo.
Poczobut, 52 anos, é correspondente do jornal Gazeta Wyborcza, da Polônia, país do qual também tem cidadania, e foi preso mais de 10 vezes pelo regime do ditador Alexander Lukashenko, maior aliado da Rússia na Europa.
O jornalista e ativista da minoria polonesa em Belarus está detido desde março de 2021, quando forças de segurança invadiram seu apartamento e apreenderam seu computador e documentos. Em 2023, Poczobut foi condenado a oito anos de prisão por "encorajar" ações contra a segurança nacional e "incitar a hostilidade étnica".
Amaglobeli, 50, foi presa durante uma manifestação contra o governo em Tbilisi, capital da Geórgia, em janeiro de 2025, após estapear um policial para reagir a abusos verbais contra ela. A ONG Transparência Internacional, no entanto, alega que a jornalista está sendo punida por "expor a corrupção do regime" ao longo dos anos.
Em agosto, Amaglobeli foi condenada a dois anos de cadeia, e ela é tida como a primeira prisioneira política feminina na Geórgia desde o desmantelamento da União Soviética.
"O jornalista bielorrusso Andrzej Poczobut e a jornalista georgiana Mzia Amaglobeli estão presos simplesmente por fazer seu trabalho. Sua coragem é um símbolo poderoso da luta pela liberdade e pela democracia. Este Parlamento os apoia e continuará a apoiá-los em tudo o que fizerem", afirmou a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, ao anunciar os vencedores do Sakharov em 2025.
Entregue pela primeira vez em 1988, para Nelson Mandela e Anatoly Marchenko, o prêmio leva o nome do dissidente soviético Andrei Sakharov. A ideia é reconhecer indivíduos, grupos e organizações que contribuem para a defesa dos direitos humanos no mundo.