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China lança foguetes em manobras e afeta transporte aéreo em Taiwan

A China lançou uma série de foguetes que puderam ser avistados de Pingtan, a ilha chinesa mais próxima da ilha principal de Taiwan, e mobilizou dezenas de aviões de combate, além de navios ao redor de Taiwan nesta terça-feira (30). Este é o segundo dia consecutivo de exercícios militares que simulam o bloqueio dos portos da ilha, cujo presidente garantiu não querer "agravar as tensões".

30 dez 2025 - 08h09
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Nesta terça, por volta das 9h30 (horário local), "forças terrestres do Comando da Zona Oriental do EPL realizaram exercícios de tiro real de longo alcance nas águas ao norte da ilha de Taiwan e alcançaram os efeitos esperados", informou o Exército chinês em comunicado. 

Um navio chinês dispara durante exercícios a leste de Taiwan, nesta captura de tela retirada de um vídeo publicado pelo Comando do Teatro Oriental do Exército Popular de Libertação (APL) chinês em 29 de dezembro de 2025.
Um navio chinês dispara durante exercícios a leste de Taiwan, nesta captura de tela retirada de um vídeo publicado pelo Comando do Teatro Oriental do Exército Popular de Libertação (APL) chinês em 29 de dezembro de 2025.
Foto: © Commandement du théâtre oriental / via Reuters / RFI

Correspondentes da AFP em Pingtan observaram ao menos 10 foguetes que explodiram no ar, provocando um grande estrondo e deixando rastros de fumaça branca no céu. Turistas filmaram os projéteis com seus telefones.

O Ministério da Defesa de Taiwan declarou ter detectado 130 aeronaves militares chinesas e 22 navios ao redor da ilha em 24 horas — o maior número em um único dia desde 15 de outubro de 2024. O Comando da Zona Oriental do Exército chinês prevê a continuidade de "tiros com munição real" ao longo do dia. Taiwan, por sua vez, declarou que algumas das áreas designadas pela China para as manobras estão a menos de 12 milhas náuticas (cerca de 20 km) de suas costas. 

Esses exercícios, chamados "Missão Justiça 2025", são "um sério aviso às forças separatistas da 'independência de Taiwan' e constituem uma ação legítima e necessária para preservar a soberania e a unidade nacional da China", afirmou o coronel Shi Yi, porta-voz do comando chinês. 

Aeroportos de Taiwan afetados

A Administração de Aviação Civil de Taiwan informou que Pequim decretou uma "zona de perigo temporária" por dez horas nesta terça-feira, "o que deve impactar o tráfego aéreo na região". Como consequência, mais de 857 voos domésticos, internacionais e de conexão serão impactados ao longo do dia. 

Dezenas de voos para as ilhas taiwanesas de Kinmen e Matsu, próximas à costa chinesa, foram cancelados, afetando cerca de 6 mil passageiros, acrescentou a mesma fonte.

"Nosso país está cada vez mais forte e próspero (...), por isso tem a capacidade de fazer isso", disse à AFP Chen, uma visitante de 63 anos, que espera que "o resultado final seja a unificação pacífica".

Os guardas costeiros de Taiwan informaram que mobilizaram 14 navios para monitorar a atividade naval, "adotando uma abordagem de acompanhamento individual para dissuadir firmemente os navios chineses". 

O presidente taiwanês, Lai Ching-te, prometeu nesta manhã que Taiwan não irá "provocar" Pequim nem "agravar as tensões", em mensagem publicada no Facebook. Na segunda-feira (29), Taiwan realizou um "exercício de resposta rápida". 

Motivos das manobras militares chinesas

Essas manobras militares conduzidas pelo Partido Comunista Chinês são "altamente provocativas e imprudentes", declarou hoje um porta-voz do Ministério da Defesa de Taipé, acrescentando que elas "comprometem gravemente a paz e a estabilidade regionais". 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na segunda-feira não estar preocupado com as manobras, dizendo "não acreditar" que o líder chinês, Xi Jinping, ordene uma invasão. 

Reconhecida por pouco mais de 10 países, Taiwan possui governo, exército e moeda próprios e conta com os Estados Unidos como seu principal fornecedor de armas e segurança. A China considera Taiwan parte de seu território e ameaça usar força militar para tomar a ilha. 

As tensões no estreito foram reacendidas por uma venda maciça de armas de Washington a Taipé em meados de dezembro — a segunda desde que Trump voltou ao poder — no valor total de US$ 11,1 bilhões, o maior montante desde 2001. 

"Em resposta às provocações contínuas das forças independentistas de Taiwan e às vendas de armas em larga escala dos Estados Unidos, devemos nos opor resolutamente e reagir com firmeza", declarou nesta terça-feira o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi. Ele assegurou que qualquer tentativa de impedir a unificação da China e de Taiwan resultará "inevitavelmente em fracasso". 

Em meio às tensões, o presidente taiwanês expressou sua "mais firme condenação" às manobras chinesas: 

"A China ignora as expectativas da comunidade internacional quanto à paz e mina deliberadamente a estabilidade regional com sua intimidação militar. Trata-se de uma provocação flagrante contra a segurança regional e a ordem internacional, e expresso minha mais firme condenação", escreveu Lai Ching-te no Facebook. 

Com AFP

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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