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Itamaraty consegue retirar brasileiro do Afeganistão

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o brasileiro estava acompanhado de 6 parentes afegãos e todos estão em segurança

30 ago 2021 - 22h01
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O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou nesta segunda-feira, dia 30, que conseguiu retirar mais um brasileiro do Afeganistão, por meio de gestões diplomáticas. Este é o segundo cidadão brasileiro a deixar o país na Ásia Central, após a queda do governo apoiado por forças ocidentais e a volta do Taleban ao poder. Segundo o Itamaraty, ele deixou o Afeganistão no domingo, dia 29, por terra, em direção ao Paquistão, país de fronteira.

O brasileiro estava acompanhado de seis parentes de nacionalidade afegã e todos estão em boas condições de segurança e saúde, conforme a chancelaria. A operação foi coordenada entre a embaixada brasileira em Islamabad e o governo paquistanês. O Brasil não tem representação diplomática em Cabul, a capital afegã. A embaixada é cumulativa com a de Islamabad.

Multidão exibe seus documentos para tropas norte-americanas do lado de fora do aeroporto em Cabul, Afeganistão
26/08/2021 REUTERS/Stringer
Multidão exibe seus documentos para tropas norte-americanas do lado de fora do aeroporto em Cabul, Afeganistão 26/08/2021 REUTERS/Stringer
Foto: Reuters

Na quinta-feira passada, dia 26, um brasileiro e seus cinco parentes afegãos deixaram o país em voo com destino a Madri, na Espanha. Esse resgate teve apoio dos governos espanhol e alemão e contatos da diplomacia brasileira.

Dos cinco brasileiros identificados pelo Itamaraty em solo afegão, os dois que solicitaram ajuda para deixar o país conseguiram sair. Houve ainda outro caso de um brasileiro que acionou a Embaixada em Islamabad, mas perdeu contato. O governo estuda agora como atender pedidos de nacionais afegãos que tenham visto de residência no Brasil para deixar Cabul.

"Um brasileiro entrou em contato com o plantão consular, por mensagem de texto no telefone da embaixada. Mas não temos muita informação ainda, estamos tentando saber mais", afirmou em entrevista ao Estadão, na semana passada, Olyntho Vieira, embaixador do Brasil responsável pelo Paquistão, Afeganistão e Tajiquistão. Segundo o diplomata, o homem brasileiro, que ele preferiu não identificar por segurança, indicou que vivia temporariamente no país.

O governo brasileiro estuda agora como atender pedidos de cidadãos afegãos que tenham visto de residência no Brasil e queiram deixar Cabul. "O Itamaraty segue monitorando a situação dos cidadãos brasileiros que manifestaram interesse em permanecer no Afeganistão. Está também atento aos pedidos de afegãos com visto de residência no Brasil, dentro das possibilidades legais de apoio a estrangeiros", disse o MRE.

Segundo o Itamaraty, o procedimento seria semelhante ao adotado para haitianos e sírios. Paralelamente, o Comitê Nacional para Refugiados (Conare) deu aval, em dezembro, para a simplificação do processo de requerimento de status de refugiados a afegãos que estejam fugindo do conflito.

No dia 21, o deputado e presidente da Comissão de Relações Exteriores, Aécio Neves, encaminhou ofício ao Ministérios da Justiça e Segurança Pública e ao Itamaraty solicitando a concessão de vistos humanitários a afegãos. A ideia é que as embaixadas brasileiras em Islamabad e Teerã, localizadas nos dois países que mais recebem refugiados afegãos, processem e emitam os vistos.

De acordo com dados do Conare, o país já reconheceu 162 refugiados afegãos. Desde 2016, foram 88, com recorde registrado em 2020, quando 30 pedidos foram aceitos. Neste ano, dois afegãos foram reconhecidos. Ainda de acordo com o Conare, nenhum pedido foi registrado desde domingo, quando o Taleban tomou o poder.

Estadão
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