Itália avalia que Ucrânia não conseguirá recuperar territórios
Rússia ocupou diversas áreas desde o início da guerra em 2022
O ministro da Defesa da Itália, Guido Crosetto, afirmou nesta terça-feira (28) que a Ucrânia não tem esperança de recuperar a Crimeia e os territórios que perdeu para a Rússia desde o início da invasão de Moscou em 2022.
A declaração consta em entrevista ao veterano jornalista Bruno Vespa para seu novo livro "Finimondo", cujos trechos a editora Mondadori-Rai Libri divulgou antes da publicação.
"Recuperar os territórios perdidos em 2014 e depois de fevereiro de 2022 é agora considerado impossível por todos", disse Crosetto.
Segundo o ministro italiano, "a Rússia jamais os entregará e a Ucrânia não terá forças para reconquistá-los sozinha, mesmo com a ajuda" da comunidade ocidental.
"Putin não pode voltar atrás também porque alterou a Constituição, tornando os territórios ocupados 'russos' para todos os efeitos e, portanto, se colocou em uma posição em que não pode negociar", explicou.
Crosetto também expressou preocupação com a influência da propaganda russa sobre cidadãos comuns na Itália, enfatizando que os "italianos insuspeitos foram corrompidos pela Rússia".
De acordo com ele, Moscou conduz uma guerra híbrida e cognitiva, utilizando ferramentas de manipulação de informação e propaganda sofisticadas, com infiltração científica, social e até corrupção clássica.
Crosetto alertou que a guerra russa não se limita aos combates no território ucraniano, mas se estende à formação cultural e mental de cidadãos, influenciando opiniões públicas e dificultando a unidade internacional em torno da Ucrânia.
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