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Irã pede à França que não "siga cegamente" Trump e os EUA

17 dez 2017 - 15h02
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O Irã criticou neste domingo o presidente francês, Emmanuel Macron, por sua posição dura em relação a Teerã e disse que Paris logo perderá credibilidade internacional caso se proponha a "seguir cegamente" o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

As tensões entre o Irã e a França aumentaram nos últimos meses depois que Macron disse que Teerã deveria ser menos agressiva no Oriente Médio, citando particularmente o envolvimento iraniano na guerra civil da Síria.

Macron, ao contrário de Trump, reafirmou o compromisso de seu país com o acordo que o Irã assinou em 2015 com as potências mundiais sob o qual frearia seu programa nuclear em troca da suspensão da maioria das sanções internacionais.

No entanto, ele criticou os testes de mísseis balísticos do Irã e deseja aumentar a possibilidade de novas sanções sobre o programa, que Teerã alega ser de natureza exclusivamente defensiva.

"Para manter sua credibilidade internacional, a França não deve seguir cegamente os americanos... O presidente francês agora está atuando como o cachorrinho de Trump", afirmou Ali Akbar Velayati, principal assessor do líder supremo iraniano, Ayatollah Ali Khamenei, de acordo com a agência de notícias oficiais Fars.

Velayati também criticou a embaixadora norte-americana nas Nações Unidas, Nikki Haley, que na semana passada apresentou peças que supostamente seriam partes de um míssil iraniano fornecido à milícia Houthi no Iêmen. Ela descreveu os objetos como uma evidência conclusiva de que Teerã estava violando as resoluções da ONU.

"Esta afirmação mostra que ela não possui conhecimento científico básico e nem decência. Ela é como seu chefe (Trump), pois ele também diz coisas sem fundamento e ridículas. O Irã não forneceu ao Iêmen nenhum míssil", disse Velayati.

"IMPRESSÕES DIGITAIS"?

A agência de notícias Tasnim citou uma declaração do porta-voz do Guarda Revolucionária do Irã, Ramezan Sharif, dizendo que "eles mostram um cilindro e dizem que as impressões digitais do Irã estão por toda a peça, enquanto todos sabem que o Iêmen adquiriu peças de mísseis da União Soviética e da Coréia do Norte no passado".

A França assumiu uma posição cautelosa a respeito do relatório de Nikki Haley. "O secretariado das Nações Unidas não apresentou, nesta fase, nenhuma conclusão. A França continua a examinar a informação à sua disposição", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Alexandre Giorgini, na sexta-feira.

Já a Arábia Saudita, que há muito tempo acusa o Irã de contrabandear mísseis para os Houthis e interveio contra eles na guerra do Iêmen para tentar restaurar o governo internacionalmente reconhecido no país, elogiou o relatório de Haley.

O Irã tem um dos maiores programas de mísseis do Oriente Médio e alguns dos seus mísseis guiados de precisão têm o alcance necessário para atacar seu inimigo regional Israel.

Israel também pediu que as potências mundiais tomem medidas punitivas contra o Irã em relação aos mísseis.

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