Guiné-Bissau: o presidente deposto Umaro Sissoco Embaló chegou ao Senegal
O presidente deposto Umaro Sissoco Embaló chegou nesta quinta-feira (27), ao Senegal a bordo de um voo especialmente fretado pela Cedeao (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental), declarou o ministério das Relações Exteriores do Senegal em um comunicado.
Léa-Lisa Westerhoff, correspondente da RFI em Dakar
O anúncio ocorreu poucas horas depois de o general Horta N'Tam, que até então era chefe do Estado-Maior do Exército, ter sido empossado presidente da transição e do Alto Comando Militar para dirigir o país.
O presidente Embaló viajou em uma aeronave fretada pelo governo para Dacar, explica o comunicado do ministério das Relações Exteriores. "Ele chegou são e salvo", lê-se ainda no texto. O ministério também se posiciona contra a tomada de poder em curso na Guiné-Bissau. Até então, Dacar havia permanecido em silêncio.
O presidente Bassirou Diomaye Faye e os chefes de Estado da Cedeao condenam o ocorrido e vão enviar uma missão ao país. Trata-se de "um comitê restrito de mediação" do qual o Senegal faz parte, segundo o comunicado que relata a reunião de emergência da Cedeao realizada na quinta-feira.
Poucos detalhes sobre os próximos passos
A Guiné-Bissau viveu um dia agitado nesta quinta-feira (27), já que, mais cedo, o novo homem forte do país, um general, foi empossado para uma transição de um ano durante uma breve cerimônia realizada na sede do Estado-maior, diante da imprensa e de militares fortemente armados.
Até então, o chefe do Estado-maior do Exército, general Horta N'Tang, era considerado próximo e homem de confiança do presidente destituído. Agora, à frente do Alto Comando para a restauração da ordem, ele nomeou um novo chefe do Exército: o general Tomas Djassi, que anteriormente era chefe do Estado-maior particular do presidente Embaló.
Poucos detalhes foram divulgados sobre os próximos passos. Embora manifestações, marchas e greves tenham sido proibidas, o Exército anunciou um retorno à normalidade para a sexta-feira, com a reabertura das instituições públicas e privadas, além das escolas e do comércio.