Script = https://s1.trrsf.com/update-1765905308/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

As Principais Notícias da Europa

Voos são retomados em Copenhague e Oslo após sobrevoos de drones; Dinamarca fala em 'ataque grave'

Os aeroportos de Copenhague e Oslo voltaram a operar na manhã desta terça-feira (23) após uma noite de caos provocada por sobrevoos de drones de origem desconhecida. O tráfego aéreo ficou bloqueado por cerca de quatro horas na segunda-feira, levando ao cancelamento ou desvio de dezenas de voos nos dois países. Ao todo, 100 voos foram cancelados e 31 desviados, afetando cerca de 20 mil passageiros.

23 set 2025 - 11h07
Compartilhar
Exibir comentários

Os aeroportos de Copenhague e Oslo voltaram a operar na manhã desta terça-feira (23) após uma noite de caos provocada por sobrevoos de drones de origem desconhecida. O tráfego aéreo ficou bloqueado por cerca de quatro horas na segunda-feira, levando ao cancelamento ou desvio de dezenas de voos nos dois países. Ao todo, 100 voos foram cancelados e 31 desviados, afetando cerca de 20 mil passageiros. 

Intercepção de um caça russo pela Força Aérea francesa sobre os países bálticos (imagem ilustrativa).
Intercepção de um caça russo pela Força Aérea francesa sobre os países bálticos (imagem ilustrativa).
Foto: AFP - - / RFI

Na manhã seguinte, longas filas se formaram nos balcões de atendimento, com viajantes tentando remarcar seus bilhetes. A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, classificou o episódio como "o ataque mais grave já registrado contra uma infraestrutura crítica" no país. Ela afirmou que o incidente se insere em uma tendência recente de ataques com drones, violações de espaço aéreo e ofensivas cibernéticas contra aeroportos europeus — citando casos na Polônia, Romênia e a entrada de caças russos no espaço aéreo da Estônia. Os três governos responsabilizaram a Rússia, que nega envolvimento nas intrusões.

Dinamarca diz que Rússia é "ameaça"

O episódio ocorre uma semana após o anúncio de que o governo dinamarquês pretende adquirir, pela primeira vez, armas de precisão de longo alcance, para se defender da ameaça que a Rússia passou a representar para o continente após a invasão da Ucrânia. Segundo Frederiksen, a ameaça russa pode se prolongar por anos.

O primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Støre, também denunciou que aviões russos violaram o espaço aéreo norueguês três vezes neste ano — após uma década sem registros desse tipo de incursão. Na noite de segunda-feira, o aeroporto de Oslo também foi fechado por cerca de três horas após relatos de drones na região. A polícia norueguesa confirmou que investiga uma possível conexão com o incidente em Copenhague, e os serviços de inteligência do país estão em contato com autoridades nacionais e internacionais.

Além disso, no fim de semana anterior, uma falha em um software de registro de passageiros — alvo de uma ciberofensiva — provocou interrupções em aeroportos de Londres, Berlim, Bruxelas e Dublin.

Embora o responsável pelos drones não tenha sido identificado, a polícia de Copenhague descreveu o operador como alguém com "capacidade técnica, intenção e recursos para se manifestar". Segundo o inspetor Jens Jespersen, o número de drones, suas dimensões, rotas e tempo de permanência sobre o aeroporto indicam um agente experiente — cuja identidade ainda é desconhecida. Ele também sugeriu que o episódio pode ter sido um exercício de treinamento para operadores de drones.

Os drones foram detectados por volta das 20h30 (hora local) de segunda-feira e o aeroporto só reabriu após a meia-noite. Eles vieram de diferentes direções e podem ter sido lançados a partir de embarcações. A polícia optou por não derrubá-los, alegando riscos à segurança: "Se caíssem, poderiam atingir aviões com passageiros, tanques de combustível ou áreas residenciais próximas", explicou Jespersen.

"Sabotagem"

O chefe de operações dos serviços de inteligência dinamarqueses (PET), Flemming Drejer, reforçou que o país enfrenta uma "ameaça significativa de sabotagem". A primeira-ministra também declarou à emissora DR que "não pode excluir a possibilidade de envolvimento russo". O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, foi mais direto e acusou Moscou de violar o espaço aéreo dinamarquês. O Kremlin, por sua vez, negou qualquer participação e classificou as acusações como "infundadas".

O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, afirmou que ainda é cedo para atribuir o ataque à Rússia. Já a violação do espaço aéreo da Estônia por aviões russos levou o Conselho de Segurança da ONU a se reunir nos dias 22 e 23 de setembro, a pedido do governo estoniano, que classificou o episódio como uma "provocação".

Na sexta-feira anterior, três caças russos invadiram o espaço aéreo da Estônia por 12 minutos, provocando protestos da Otan e da União Europeia. Moscou negou qualquer violação. Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores da Estônia anunciou uma reunião de emergência.

A Polônia, também membro da Otan, denunciou múltiplas incursões de drones russos em seu território no início de setembro, durante ataques à Ucrânia, e classificou os atos como "agressão". O novo enviado de Washington às Nações Unidas, Mike Waltz, prometeu no encontro "defender cada centímetro do território da Otan".

As relações, por vezes cordiais, entre Donald Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, parecem ter se deteriorado. Putin continua sua ofensiva na Ucrânia, apesar dos esforços de paz promovidos pelo líder norte-americano. Após uma visita oficial ao Reino Unido na quinta-feira, Trump declarou que o presidente russo o havia "realmente decepcionado" ao manter a guerra, que já entra no seu quarto ano.

Questionado sobre a situação na Estônia, Trump confirmou ter sido informado e acrescentou: "Não gostamos disso." O tom contrasta com sua reação à violação do espaço aéreo polonês no início do mês, quando classificou o episódio como uma "possível falha".

Reunião da Otan sob o artigo 4

Nesta terça-feira, representantes dos 32 países da Otan se reúnem em Bruxelas, também por iniciativa da Estônia. O encontro do Conselho do Atlântico Norte, em nível de embaixadores, ocorre sob o artigo 4 do tratado da Otan, que prevê consultas entre aliados diante de ameaças a qualquer um dos seus membros. A série de violações do espaço aéreo e ataques cibernéticos contra aeroportos europeus provocou uma escalada de preocupações entre os países da Otan e aliados estratégicos.

(RFI com AFP)

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade