UE condena tarifas anunciadas pela China sobre produtos lácteos europeus
A União Europeia condenou nesta segunda-feira (22) as tarifas anunciadas pela China sobre certos produtos lácteos europeus. Pequim informou que as taxas são resultado de uma investigação antissubsídios, cujas conclusões Bruxelas rejeita.
"Nossa análise é que esta investigação se baseia em alegações questionáveis e evidências insuficientes, e que as medidas são, portanto, injustificadas e infundadas", disse Olof Gill, porta-voz da Comissão Europeia, a jornalistas.
As tarifas, que são "provisórias", variam de 21,9% a 42,7% e entrarão em vigor na terça-feira (23), segundo o Ministério do Comércio chinês.
As taxas afetam queijos frescos, processados, azuis e certos tipos de leite e creme. A China alega que estes produtos lácteos recebem subsídios que causam prejuízos substanciais aos concorrentes nacionais.
Defender agricultores
De acordo com a Comissão Europeia, Pequim planeja concluir sua investigação sobre o setor lácteo europeu em 21 de fevereiro, data em que as tarifas poderão se tornar permanentes. Mas Bruxelas quer persuadir a China a abandoná-las.
"Estamos fazendo todo o necessário para defender os agricultores e exportadores da UE, bem como a Política Agrícola Comum, contra o uso indevido de medidas protecionistas por parte da China", assegurou o porta-voz, observando que a Comissão já havia encaminhado o assunto à Organização Mundial do Comércio (OMC).
"Este é um desenvolvimento muito negativo" nas relações entre a UE e a Pequim, acrescentou.
As autoridades chinesas iniciaram esta investigação antidumping, quando produtos são comercializados a preços abaixo do custo de produção, em agosto de 2024, oficialmente após um pedido da Associação Chinesa de Laticínios.
A apuração ocorreu um dia depois de a UE anunciar sua decisão de impor altas tarifas sobre veículos elétricos fabricados na China e foi amplamente vista como uma medida retaliatória contra Bruxelas.
Na semana passada, a China anunciou que vai impor direitos antidumping que variam de 4,9% a 19,8% sobre carne suína e subprodutos suínos importados da UE por um período de cinco anos.
Com AFP