UE acusa Rússia de gastar 1,1 bilhão de euros com fake news
Comissão anunciou plano estratégico para combater desinformação
A União Europeia denunciou nesta quarta-feira (5) que o governo russo gasta 1,1 bilhão por ano para espalhar notícias falsas, como parte de uma estratégia para apoiar a desinformação.
A declaração foi dada pelo vice-presidente da Comissão Europeia, Andrus Ansip, durante lançamento do Plano de Ação contra fake news, que tem o objetivo de tentar proteger as eleições no Parlamento Europeu no próximo ano. Segundo o comissário para Assuntos Digitais da UE, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, teria utilizado mais de 1 bilhão de euros por ano para financiar uma rede de "mentiras" em São Petersburgo, com pelo menos mil funcionários em tempo integral, para causar divisão na Europa.
"Temos visto várias tentativas de interferência em eleições e referendos, com evidências que indicam a Rússia como a principal fonte dessas campanhas". Desta forma, "devemos unir forças para proteger as nossas democracias contra a desinformação", disse Ansip. Para ele, "a desinformação é parte da doutrina militar russa e sua estratégia para dividir e enfraquecer o Ocidente.
Como parte do plano da UE, a comissão ressaltou que irá criar um sistema de alerta rápido para ajudar os Estados-membros a reconhecer campanhas de desinformação, e aumentar o orçamento reservado para a detecção de fake news para cerca de 5 milhões de euros.
Além disso, as empresas de tecnologia serão forçadas a fazer sua parte para reprimir as notícias falsas e as plataformas digitais, como Facebook, Google e Twitter, deverão produzir relatórios mensais sobre campanhas de desinformação.
As principais plataformas de mídia social assinaram um código de conduta. O Facebook, por sua vez, já admitiu que existem entre 60 e 90 milhões de contas falsas em sua rede.