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Região parisiense inaugura primeiro teleférico urbano para conectar periferias ao metrô

O primeiro teleférico urbano da região metropolitana de Paris, batizado de C1, começou a operar neste sábado (13) no Val-de-Marne, no sudeste da capital. O novo meio de transporte conecta municípios até então isolados ao metrô parisiense, facilitando a mobilidade de milhares de pessoas.

13 dez 2025 - 13h45
(atualizado às 13h49)
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A inauguração do teleférico atraiu muitos moradores e curiosos. "É como estar em uma estação de esqui!", brincou Ibrahim Bamba, 20 anos, estudante de técnico em obras públicas que mora em Limeil-Brévannes. A cidade, onde ocorreu a cerimônia na manhã deste sábado, é um dos quatro municípios beneficiados pelo Câble 1 (Cabo 1 ou C1).

Bombeiros de Paris realizaram um teste de segurança, treinando a evacuação de passageiros das cabines, antes da inauguração do primeiro teleférico urbano da região parisiense, neste sábado 13 de dezembro de 2025.
Bombeiros de Paris realizaram um teste de segurança, treinando a evacuação de passageiros das cabines, antes da inauguração do primeiro teleférico urbano da região parisiense, neste sábado 13 de dezembro de 2025.
Foto: AFP - JULIEN DE ROSA / RFI

"São os Alpes no Val-de-Marne!", concordou Valérie Pécresse, presidente da região Île-de-France (nome oficial da região parisiense), Em seu discurso, ela disse que a inauguração é "o fim de um percurso de 10 anos. Foi preciso encontrar financiamento, convencer os moradores". Segundo Pécresse, o C1 é "um sinal de consideração" para os habitantes da região.

O teleférico é operado pela empresa Transdev. Ele conecta, em apenas 18 minutos — contra cerca de 40 minutos atualmente de ônibus ou carro — a estação Pointe-du-Lac, em Créteil, à Villa-Nova, em Villeneuve-Saint-Georges, passando por Limeil-Brévannes e Valenton. Ele ligar bairros isolados dessas cidades à linha 8 do metrô parisiense, facilitando a mobilidade urbana.

Custo de € 138 milhões

Com custo de € 138 milhões (cerca de R$ 878 milhões), financiado em 49% pela região, 30% pelo departamento e 21% pelo Estado e União Europeia, o C1 pode transportar até 11 mil passageiros por dia em seus 4,5 km de extensão, segundo a Île-de-France Mobilités, a empresa de transporte da região.

As autoridades garantem que um metrô subterrâneo nessa área, cortada por rodovias e ferrovias, seria inviável devido ao seu alto custo. "O orçamento de mais de um bilhão de euros seria impossível de financiar", explicou Grégoire de Lasteyrie, vice-presidente do conselho regional e responsável pelo setor de transportes.

O C1 é o quinto teleférico urbano da França, depois dos de Brest (oeste), Saint-Denis (na ilha de La Réunion), Toulouse (sul) e Ajaccio (na ilha da Corséga). O país possui ainda dois outros teleféricos em Grenoble e Toulon, mas nessas cidades os sistemas de transporte por cabo são voltados principalmente para turismo.

Mobilidade

"Penso nos estudantes que poderão usar o teleférico para ir à universidade (...). Mostramos que somos um departamento que se preocupa com os esquecidos", afirmou Louis Boyard, deputado do Val-de-Marne, que participou da inauguração.

Segundo Metin Yavuz, prefeito de Valenton, cidade com 16 mil habitantes a cerca de 10 km de Paris, o teleférico é uma solução para superar as "barreiras urbanas" em um território "carente de transporte público".

Aberto todos os dias das 05h30 às 23h30 (até 00h30 aos sábados e domingos), a frequência do C1 é de uma cabine a cada 22 a 30 segundos. Cada cabine tem capacidade para 10 passageiros sentados, além de cadeiras de rodas, bicicletas e carrinhos de bebê. Há câmeras de vigilância e botões de emergência, além da presença de funcionários em todas as estações.

Ao contrário do teleférico da Previdência no Rio de Janeiro, que é gratuito, na região parisiense o serviço é pago. Para usar o C1, é preciso ter o vale transporte Navigo (€ 88,80 por mês) ou um bilhete "ônibus-tramway" (€ 2 cada).

"É um grande avanço. As estradas estão sempre congestionadas pela manhã", diz Salimatou Bah, 52 anos, moradora de Limeil-Brévannes há 13 anos. Ela pensou que "que as pessoas ficariam receosas", mas acha que com o tempo elas 'vão se adaptar".

"A segurança é nossa prioridade", garante Edouard Hénaut, diretor-geral da Transdev na França. "Temos um sistema de monitoramento e verificamos diariamente as condições do vento para operar com segurança". Em caso de ventos acima de 90 km/h, o teleférico será fechado.

Segundo o serviço técnico do Ministério dos Transportes, teleféricos são considerados um dos meios de transporte mais seguros do mundo, com inspeções diárias obrigatórias. Na França, o último acidente fatal ocorreu em 1999, nos Alpes Franceses, quando 20 pessoas morreram.

(Com AFP)

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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