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Europa

"Quero morrer", disse condutor de trem logo após acidente na Espanha

29 jul 2013 - 16h13
(atualizado às 16h37)
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Inúmeras pessoas se reuniram em uma praça ao lado da catedral para acompanhar a homenagem às vítimas do acidente
Inúmeras pessoas se reuniram em uma praça ao lado da catedral para acompanhar a homenagem às vítimas do acidente
Foto: EFE

"Quero morrer, não quero ver isso", disse logo após ser resgatado José Francisco Garzón, o condutor do trem que descarrilou na última quarta-feira na cidade de Santiago de Compostela, no noroeste da Espanha, provocando a morte de 79 pessoas e deixando mais de 100 feridos.

Evaristo Iglesias, um morador de Angrois, em Santiago de Compostela, ajudou a socorrer o maquinista logo depois do acidente e declarou à agência EFE que estas foram as primeiras palavras de Garzón ao ser retirado.

O maquinista confessou ontem à noite ao juiz responsável pelo caso, Luis Aláez, que estava desnorteado a ponto de não saber onde se encontrava e em que ponto deveria frear, revelaram fontes da investigação.

Técnicos ainda trabalharam na perícia e acreditam que até o fim de semana vão ser divulgadas as circunstâncias concretas do acidente.

<p>O maquinista Francisco José Garzón, ferido após o acidente</p>
O maquinista Francisco José Garzón, ferido após o acidente
Foto: Reuters

Garzón, que tem 79 acusações de homicídio e mais de uma centena por lesão corporal, todos elas por imprudência profissional, confessou que achou que não estava no ponto do percurso onde descarrilou e que, quando quis frear, "chegou a fazê-lo", mas já era tarde demais.

Evaristo Iglesias estava em sua casa, a cerca de 20 metros da linha do trem, e contou que acompanhou o maquinista "por 30 ou 40 metros" e que ele "estava com o rosto ensanguentado e só repetia que queria morrer, que não queria ver aquilo, e que teria sido melhor se tivesse sido ele".

Evaristo também lembrou que Garzón reconheceu "que estava em excesso de velocidade" e "que tinha que tê-la reduzido".

Sua lembrança mais recorrente, confessa, são as pessoas, "gente morta, gente ferida, gente de todas as maneiras".

EFE   
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