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Europa

Participação nas eleições na Ucrânia supera expectativas

O maior nível de participação foi registrado na região de Kiev, onde 22,71% dos eleitores votaram

25 mai 2014 - 10h54
(atualizado às 13h39)
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Ucraniano se prepara para votar em colégio eleitoral de Kiev
Ucraniano se prepara para votar em colégio eleitoral de Kiev
Foto: Reuters

A participação nas eleições presidenciais na Ucrânia, que estão sendo boicotadas pelos rebeldes pró-Rússia nas regiões de Donetsk e Lugansk, supera as expectativas, segundo o vice-presidente da Comissão Eleitoral Central (CEC)."A participação dos eleitores é suficientemente alta, de 17,52%. É muito mais elevada do que esperávamos", declarou em entrevista coletiva Zhanna Usenko-Chornaya. 

Segundo as autoridades, os dados se referem à participação registrada nas primeiras três horas de votação em 182 das 213 circunscrições eleitorais do país. Até o final da manhã no país, o maior nível de participação foi registrado na região de Kiev, onde 22,71% dos eleitores votaram.No outro extremo estão as regiões de Donetsk e Lugansk, onde a participação, de acordo com a CEC, era de 5,48% e 8,23%, respectivamente.

Em Kiev, onde também está sendo eleito o prefeito da capital, 14,5% dos eleitores tinham participado do processo. Mais de 33 milhões de ucranianos foram convocados para votar no novo presidente do país. Caso nenhum dos candidatos alcance 50% dos votos, haverá segundo turno daqui a três semanas.

Segundo todas as pesquisas, o grande favorito é o magnata Petro Poroshenko, o "Rei do Chocolate", principal patrocinador dos protestos contra o anterior governo, que poderia conseguir uma vitória já no primeiro turno. 

Petro Poroshenko demonstrou confiança em vencer as eleições já no 1º turno
Petro Poroshenko demonstrou confiança em vencer as eleições já no 1º turno
Foto: AP

A segunda colocada nas pesquisas é a ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, que tenta pela segunda vez se tornar presidente da Ucrânia, após ser derrotada em 2010 pelo agora deposto e exilado na Rússia, Viktor Yanukovich.

De acordo com pesquisas, Poroshenko deve receber mais de 40% dos votos, bem à frente de Yulia, também conhecida como musa da "Revolução Laranja", que levou ao poder o movimento favorável à aproximação com o Ocidente em 2004.

Segundo a Comissão Eleitoral Central da Ucrânia (CEC), grande parte dos cinco milhões de eleitores em Donetsk e Lugansk não poderão exercer seu direito ao voto, devido ao boicote dos insurgentes russófonos.

De acordo com o presidente da CEC, Mikhail Ojendovski, apenas duas das doze circunscrições eleitorais da região rebelde de Lugansk, no leste da Ucrânia, foram abertas neste domingo nas eleições presidenciais no país.

A candidata Yulia Tymoshenko votou neste domingo nas eleições realizadas na Ucrânia
A candidata Yulia Tymoshenko votou neste domingo nas eleições realizadas na Ucrânia
Foto: AP

Tensão na Crimeia

Neste domingo, a tensão voltou a aumentar com a visita do primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, à península da Crimeia, em um ato chamado de "provocação deliberada" pelo governo interino de Kiev. A região foi anexada pela Rússia em março, menos de um mês depois da queda de Yanukovytch.

"A visita do primeiro-ministro russo à Crimeia ocupada, no dia da eleição presidencial na Ucrânia, é (...) uma provocação deliberada que tem como objetivo desestabilizar a situação na Ucrânia", afirmou o Ministério ucraniano das Relações Exteriores em um comunicado. "É o oposto do desejo manifestado pelo presidente Vladimir Putin de que a eleição na Ucrânia aconteça com calma e serenidade", concluiu o ministério.

O fim da campanha foi marcado pela intensificação dos combates na "frente leste", na região de Donetsk onde 26 pessoas, na maioria soldados ucranianos, morreram em combates entre separatistas e forças leais a Kiev.

Na cidade de Slaviansk, reduto dos insurgentes armados que registra combates diários, um membro das forças especiais do Ministério ucraniano do Interior foi morto e dois ficaram feridos no sábado.

Na mesma região, um fotógrafo italiano e seu tradutor russo foram mortos ao serem atingidos por disparos de morteiros. Foi a primeira morte de um jornalista no leste desde o início dos combates, em abril.

EFE   
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