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Europa

Merkel tem apoio de países da UE em readmissão de refugiados

Membros da UE concordam em aceitar de volta solicitantes de asilo registrados que se deslocaram para a Alemanha

30 jun 2018 - 09h15
(atualizado às 10h20)
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A chanceler federal Angela Merkel assegurou o apoio de mais 14 países da União Europeia para garantir um retorno rápido de imigrantes e refugiados que chegarem à Alemanha após terem solicitado asilo em outros países. As informações são da agência DPA, que teve acesso a um documento elaborado pela chancelaria e enviado para os parceiros de coalizão do governo alemão, o Partido Social-Democrata (SPD) e a União Social-Cristã (CSU).

Merkel vinha sendo pressionada por partido da sua coalizão para lidar com questão de refugiados que chegam à Alemanha mesmo após terem sido registrados em outros países da UE.
Merkel vinha sendo pressionada por partido da sua coalizão para lidar com questão de refugiados que chegam à Alemanha mesmo após terem sido registrados em outros países da UE.
Foto: DW / Deutsche Welle

Segundo o documento, Merkel ainda divulgou planos para o estabelecimento de "centros de processamento" para solicitantes de asilo nas fronteiras da Alemanha.

Hungria, Polônia, República Tcheca, Bélgica, Dinamarca, Estônia, França, Finlândia, Lituânia, Letônia, Luxemburgo, Holanda, Portugal e Suécia estão entre os países que deram garantias para a chanceler para aceitar os refugiados, segundo a DPA. Na sexta-feira (29/06), Merkel já havia anunciado depois de reunião em Bruxelas que a Espanha e a Grécia haviam concordado em receber de volta solicitantes de asilo registrados nestes países.

Uma notável ausência continua sendo a da Itália, que vem pressionando a UE a redistribuir solicitantes de asilo para outros países, incluindo milhares que já estão registrados no seu território, mas o primeiro-ministro do país, Giuseppe Conte, já declarou estar satisfeito com outras iniciativas, como o apoio dos líderes europeus para criação de centros de processamento de imigrantes no norte da África e no Oriente Médio. Outro país que não foi incluído na lista é a Áustria, que também vem reclamando das políticas de imigração da UE.

Crise

O tema da imigração tem pressionado o governo Merkel, que se viu ameaçado de cair por causa da insatisfação da CSU. O partido bávaro chefiado pelo ministro do Interior, Horst Seehofer, pede uma postura mais dura para lidar com o tema, que poderia indispor a Alemanha com seus vizinhos. Seehofer chegou ao ponto de contrariar Merkel ao anunciar por conta própria que pretendia barrar na fronteira solicitantes de asilo registrados em outros países do bloco. Ainda não está claro se o acordo selado por Merkel em Bruxelas será suficiente para satisfazer a CSU e afastar a possibilidade de desgaste na coalizão governamental.

Hoje, pelas regras da Convenção de Dublin, quem chega à Europa e solicita asilo tem que permanecer no país onde o pedido foi apresentado originalmente.

Assim, um africano que chegue à costa da Grécia e entre com seu pedido nesse país, em tese não tem direito de solicitar refúgio em outros países. Só que na prática, é comum refugiados apresentarem pedidos em vários países. Nos últimos anos, a Alemanha vem acolhendo inicialmente todos os refugiados que chegam ao seu território e só depois verifica se eles foram registrados em outro lugar. Isso vinha de certa forma aliviando a situação de outros países, mas políticos como Seehofer demonstram frustração com essa prática.

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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