Livro 'Diário de um Prisioneiro', do ex-presidente Sarkozy, vende quase 100 mil exemplares em uma semana
A editora francesa Fayard celebrou nesta terça-feira (16) um sucesso "fenomenal" com Le journal d'un prisonnier (Diário de um Prisioneiro, em tradução livre). A obra, na qual o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy relata as três semanas que passou preso após a condenação no processo sobre financiamento ilegal de campanha pelo regime líbio, vendeu quase 100 mil exemplares em menos de uma semana.
"Número 1 em vendas! Le journal d'un prisonnier alcança 98.610 exemplares vendidos apenas alguns dias após seu lançamento! Fenomenal", informou a Fayard em mensagem publicada na rede social X. Os dados são do Instituto NielsenIQ GFK, que monitora o mercado editorial francês.
Lançado em 10 de dezembro, Diário de um Prisioneiro narra as três semanas de detenção do ex-presidente da República (2007-2012) na prisão parisiense de La Santé. Nicolas Sarkozy foi condenado em primeira instância, em 25 de setembro, a cinco anos de prisão, com cumprimento imediato da pena, por associação criminosa. Ele foi detido em 21 de outubro.
O líder conservador, hoje com 70 anos, recorreu da decisão e foi libertado sob controle judicial em 10 de novembro, após 20 dias preso. A detenção foi inédita: nunca um ex-chefe de Estado havia sido encarcerado na história da República Francesa.
Condenação e apelação
Sarkozy foi considerado culpado por ter conscientemente permitido que seus colaboradores buscassem financiamento para sua campanha presidencial de 2007 junto ao regime líbio de Muamar Kadhafi. O interlocutor dos assessores era Abdallah Senoussi, que na época cumpria pena de prisão perpétua pelo atentado contra o DC-10, que deixou 170 mortos em 19 de setembro de 1989. Em troca, os franceses teriam prometido examinar sua situação judicial.
O ex-presidente sempre proclamou sua inocência. Ele será julgado novamente nesse caso entre 16 de março e 3 de junho pela Corte de Apelação de Paris.
Sucesso desde o lançamento
Com 216 páginas, Diário de um Prisioneiro é publicado pela Fayard, editora controlada pelo empresário conservador Vincent Bolloré, acusado de apoiar a direita e seus extremos na França. O lançamento ocorreu exatamente um mês após a libertação do ex-presidente e atraiu milhares de leitores.
Registrado na prisão com o número 320535, Sarkozy descreve no livro sua rotina na prisão e sua dieta, composta de "laticínios, barra de cereais, água mineral, suco de maçã e alguns doces". Ele conta que, na primeira noite, "se ajoelhou para rezar" pedindo força para enfrentar "essa injustiça". Protegido por dois agentes de segurança durante todo o período, permaneceu trancado em sua cela 23 horas por dia, exceto durante as visitas.
Após o lançamento, Nicolas Sarkozy iniciou uma campanha de autógrafos, com eventos em Paris, Marselha e Menton (sudeste). Ele é esperado nesta quarta-feira (17) em uma livraria de Versalhes, na região parisiense.
(Com AFP)