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Europa

Hollande indulta mulher que matou o marido por maus tratos

31 jan 2016 - 19h40
(atualizado às 20h13)
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Foto: Getty Images

O presidente da França, François Hollande, concedeu neste domingo o indulto à mulher presa por matar seu marido após sofrer violências verbal, física e sexual por 47 anos, e ordenou sua "imediata" libertação.

Em virtude do perdão presidencial dado através do artigo 17 da Constituição, o presidente libertou Jacqueline Sauvage, atualmente com 68 anos e que em 2012 matou a tiros seu marido. Condenada a dez anos de prisão, ela ainda precisaria cumprir mais dois anos e quarto meses para ser solta.

"O presidente quis, frente a uma situação humana excepcional, fazer possível que a senhora Sauvage retorne para sua família o mais rápido possível", declarou em comunicado o escritório de Hollande.

A decisão presidencial é dada dois dias depois de as filhas e à advogada de Jacqueline serem recebidas no Palácio do Eliseu.

O caso de Jacqueline Sauvage, que conta com um grande apoio popular e de várias personalidades e políticos, se transformou em um símbolo daqueles que pedem que os maus tratos sejam considerados motivos para legítima defesa, atenuante que não foi levado em conta em seu julgamento.

As três filhas de Jacqueline - seu único filho se suicidou no mesmo dia em que a mãe matou o pai - disseram após o encontro com o presidente socialista que tinham se sentido ouvidas.

"Ele nos disse que entende nosso caso e que o estudará. Disse que necessita tempo para tomar uma decisão", afirmou uma delas aos jornalistas que aguardavam o final do encontro.

O caso de Jacqueline gerou grande mobilização na França, onde 380 mil pessoas assinaram na internet um pedido de indulto, o último recurso que restava. Entre as pessoas que aderiram ao pedido estavam a socialista Anne Hidalgo, prefeita de Paris; a conservadora Valérie Pécresse, presidente da região; e outras personalidades, como a ultradireitista Marine le Pen.

Até agora, Hollande só tinha concedido um indulto, benefício que em campanha se comprometeu a não utilizar por considerar uma prática monárquica.

EFE   
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