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Zelensky é pressionado por Trump, que espera fechar acordo de paz com a Rússia antes do Natal

O chanceler alemão Friedrich Merz receberá nesta segunda-feira (15), em Berlim, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, além de vários dirigentes de países europeus e representantes da Otan e da União Europeia. As discussões, organizadas em duas etapas, tratarão do "avanço das negociações de paz na Ucrânia", indicou o porta-voz alemão Stefan Kornelius em comunicado. O presidente americano, Donald Trump, estaria esperando por um acordo até o Natal.

12 dez 2025 - 17h06
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Os Estados Unidos aumentam a pressão sobre Kiev para chegar a um acordo de cessar-fogo com a Rússia. Trump teria dado à Ucrânia prazo até o Natal para aceitar seu plano de paz. "Acho que eles realmente queriam, ou talvez ainda queiram, entender totalmente nossa posição sobre esse acordo até o Natal", disse Zelensky.

Uma reunião pode ocorrer neste fim de semana entre americanos, ucranianos e os países do grupo E3 (Alemanha, França, Reino Unido), seguida de outra na segunda-feira, em Berlim. Questionado na quinta-feira se os Estados Unidos estavam prontos para enviar um representante à Europa neste fim de semana, Trump respondeu que isso dependeria das chances de se obter um cessar-fogo.

"Participaremos da reunião no sábado, na Europa, se acharmos que há uma boa possibilidade", disse. "Não queremos perder tempo se acharmos que é negativo." O encontro bilateral entre Merz e Zelensky também abordará a cooperação econômica entre os dois países, durante o fórum econômico germano-ucraniano, realizado todos os anos na capital alemã.

As negociações para um acordo de paz na Ucrânia se intensificaram após o plano apresentado por Donald Trump há cerca de três semanas para acabar com a guerra iniciada em 2022.

Sem concessões territoriais

Kiev entregou na quarta-feira (10) uma versão revisada do texto com suas propostas. O presidente ucraniano confirmou na quinta-feira (11) que os Estados Unidos desejam concluir um acordo "o mais rápido possível". Segundo Merz, "trata-se, antes de tudo, de saber quais concessões territoriais a Ucrânia está disposta a fazer".

Zelensky declarou que os Estados Unidos apresentaram um compromisso propondo a criação de uma "zona econômica livre" na parte do oblast de Donetsk — uma das duas regiões, junto com Luhansk, que formam o Donbass, no leste da Ucrânia — ainda controlada por Kiev.

"O compromisso pressupõe que as tropas russas não entrariam nessa parte da região de Donetsk. Eles (os americanos) não sabem quem governaria esse território", explicou o presidente ucraniano, acrescentando que a Rússia fala, por sua vez, em "zona desmilitarizada".

Segundo o jornal Le Monde, Kiev teria aceitado a criação de uma zona desmilitarizada com o aval dos europeus. "Uma zona desmilitarizada deverá existir de ambos os lados da linha de frente", declarou ao jornal Mykhaïlo Podoliak, assessor de Volodymyr Zelensky.

"Será preciso descrever, de maneira lógica e jurídica, se todos os tipos de armamentos devem ser retirados ou apenas as armas pesadas e definir claramente e com precisão quais volumes e quais missões serão confiados a terceiros", disse, esperando "de maneira ideal" que os Estados Unidos participem dessa força de supervisão.

Garantias de segurança

Os ucranianos não fizeram "nenhum acordo" territorial e "não cogitam isso hoje", insistiu nesta sexta-feira a presidência francesa, após declarações na imprensa sugerirem que eles estariam abertos à desmilitarização de territórios que ainda controlam e que os russos reivindicam.

"Os ucranianos não fizeram acordo sobre territórios, não cogitam hoje acordo sobre territórios, não cogitam uma DMZ (zona desmilitarizada)", reforçou um assessor do presidente francês Emmanuel Macron.

"É necessária total clareza sobre as garantias de segurança que europeus e americanos podem dar aos ucranianos antes de qualquer ajuste nas questões territoriais em disputa", completou a presidência francesa.

Adesão da Ucrânia à UE?

O plano americano também incluiria a adesão da Ucrânia à União Europeia já em 2027, segundo fontes diplomáticas. "Está estipulado, mas é um tema de negociação e os americanos são favoráveis", afirmou. "É um assunto sensível para os europeus", acrescentou.

Segundo o jornal britânico Financial Times, esse ponto consta na última versão das propostas de paz elaboradas por ucranianos e europeus e apresentadas aos negociadores americanos.

Uma adesão tão rápida, em pouco mais de um ano, parece improvável devido à possível oposição, entre outros, de Estados-membros da UE com relações complexas com a Ucrânia, como a Hungria.

A versão inicial do plano americano, considerada muito favorável a Moscou, foi alterada várias vezes. As negociações travam principalmente nas questões territoriais, com os Estados Unidos que exigem, segundo Kiev, concessões importantes da Ucrânia. Segundo o presidente ucraniano, em qualquer cenário uma eleição ou um referendo seriam necessários na Ucrânia para decidir sobre as questões territoriais.

O conselheiro diplomático do Kremlin, Yuri Uchakov, declarou na sexta-feira que Moscou ainda não viu a nova versão do plano americano revisado por Kiev e seus aliados europeus. "Há muitas coisas que podem nos desagradar", afirmou, citado pela agência de notícias TASS.

Em entrevista ao jornal Kommersant, Yuri Uchakov reiterou que um cessar-fogo só seria possível depois que as tropas ucranianas deixassem todo o Donbass, "por meio de negociação ou por meios militares". Ele considerou "totalmente possível" que não haja nenhum exército, nem ucraniano, nem russo, implantado na parte do oblast de Donetsk ainda controlada pela Ucrânia.

"Mas haverá a Guarda Nacional russa, nossa polícia", acrescentou. Com um efetivo de 400 mil homens, essa guarda é uma força paramilitar que, segundo uma lei de 2023, tem direito de adquirir e usar armas pesadas, blindados e artilharia.

Com agências

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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