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Europa

Etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus é escolhido diretor-geral da OMS

23 mai 2017 - 15h31
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Genebra, 23 mai (EFE).- O etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus foi escolhido nesta terça-feira o novo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) e substituirá a chinesa Margaret Chan, que concluirá o seu mandato à frente da instituição no próximo dia 30 de junho após 10 anos no cargo, informaram fontes diplomáticas.

Durante o processo de eleição, que foi realizado hoje na 70ª Assembleia Mundial da Saúde da organização, Adhanom Ghebreyesus recebeu amplo apoio por parte dos países-membros da OMS para liderar a instituição durante os próximos cinco anos.

Adhanom Ghebreyesus será o primeiro responsável da OMS oriundo do continente africano, já que dos oito diretores-gerais que dirigiram a instituição desde a sua fundação, em 1948, dois foram americanos, três europeus e três asiáticos.

O etíope disputava o cargo com o britânico David Nabarro e a paquistanesa Sania Nishtar.

Horas antes da votação, Adhanom Ghebreyesus, de 52 anos, prometeu "trabalhar sem descanso para tornar realidade a cobertura universal de saúde, melhorar a resposta perante emergências sanitárias, reforçar o atendimento de saúde de primeira linha e colocar a prestação de contas e a transparência no centro da cultura da OMS".

O novo diretor-geral se apresentou como alguém que transformou o sistema de saúde de seu país depois que foi ministro da Saúde entre 2005 e 2012, mas que também desempenhou papéis de destaque no trabalho de organizações internacionais, nas quais participou como presidente em seus conselhos diretores.

Biólogo de formação, mestre em imunologia de doenças infecciosas e doutor em Filosofia, Adhanom Ghebreyesus, representa a região mais pobre do mundo e com os níveis mais baixos de acesso aos serviços de saúde.

Durante sua campanha, o etíope destacou que conseguiu aumentar o número de etíopes com acesso aos serviços de saúde.

Tedros Adhanom Ghebreyesus foi integrante do conselho de administração da associação Roll Back Malaria Partnership, da Unaids, e do Fundo Mundial para a Eliminação da Malária, a Aids e a Tuberculose, entidades que ele "ajudou a operar com maior eficiência e efetividade", assegurou o etíope.

Os seus maiores detratores foram cidadãos etíopes, muitos deles da diáspora e reunidos em torno de ONGs.

Renomadas organizações como a Human Rights Watch (HRW) o repreendem por fazer parte do núcleo duro do regime etíope, que é acusado por grupos de direitos humanos e pela ONU de violações sistemáticas das liberdades fundamentais e de repressão política.

Sua campanha também ficou marcada pelas acusações de que ele não teria informado de forma pertinente a respeito de três epidemias de cólera quando foi ministro da Saúde.

Adhanom Ghebreyesus foi também titular de Relações Exteriores entre 2012 e 2016, mas deixou esta função para se dedicar a sua campanha para conseguir o cargo de diretor-geral da OMS.

EFE   
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