Como enviados de Trump à Europa se mobilizam para resgatar origens 'brancas e cristãs' do continente
O movimento americano Make America Great Again (MAGA) atua muito além das fronteiras dos Estados Unidos - e tem intensificado a rede de influências na Europa. Enviados do presidente Donald Trump à Europa trabalham para resgatar o modelo de sociedade "branca e cristã" no continente.
A revista francesa L'Express desta semana publica uma série de reportagens sobre o quanto a presença da rede MAGA se acelerou nos países mais poderosos da União Europeia, de olho nas futuras eleições. A corrida presidencial francesa, por exemplo, tem o partido de extrema direita Reunião Nacional mais próximo do que nunca de uma vitória, em 2027.
Para o MAGA americano, a Europa representa uma etapa fundamental da "guerra de civilizações" encampada nos Estados Unidos, aponta a revista. No topo dessa mobilização, estão sete aliados de Trump que se instalaram no continente ou têm repetido viagens às capitais mais estratégicas, como Berlim, Bruxelas, Londres ou Paris.
Enviados de Trump
O embaixador americano na capital francesa, Charles Kushner, é um deles. O jornalista Rod Dreher, um dos mentores do movimento e íntimo do vice de Trump, J.D. Vance, é outro. Ele mudou-se em 2022 para a Hungria e tem viajado pelos países do bloco para impulsionar as candidaturas dos nomes mais proeminentes da extrema direita europeia.
Em Bruxelas, o embaixador americano junto à União Europeia, Andrew Puzder, tem servido para além dos interesses dos Estados Unidos no bloco: ele participa do movimento político que prega o nacionalismo e o reforço das fronteiras, aponta L'Express.
Além disso, ONGs cristãs, fundações, think tanks e escritórios de advocacia favoráveis às causas ultraconservadoras foram mobilizados. O resultado é que, "sob pressão americanas, diversos projetos de lei foram adiados ou enterrados" no bloco, como o recente projeto europeu de enquadramento do uso da inteligência artificial, indica a publicação. "O combate final do MAGA é convencer as pessoas além da extrema direita, romper o cordão sanitário" dos partidos extremistas, constata uma das reportagens.