Após marcha da extrema direita, Keir Starmer reafirma compromisso com a diversidade no Reino Unido
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, defendeu neste domingo (14) a "diversidade" da sociedade britânica, um dia após uma grande manifestação de extrema direita em Londres. O líder trabalhista alertou que nenhuma forma de "intimidação" contra minorias étnicas será tolerada no país.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, defendeu neste domingo (14) a "diversidade" da sociedade britânica, um dia após uma grande manifestação de extrema direita em Londres. O líder trabalhista alertou que nenhuma forma de "intimidação" contra minorias étnicas será tolerada no país.
A marcha, convocada pelo ativista Tommy Robinson, foi anunciada como um protesto pela "liberdade de expressão" e atraiu cerca de 150 mil pessoas, segundo a polícia londrina — tornando-se a maior manifestação de extrema direita organizada por ele.
"Nossa bandeira representa a diversidade do nosso país e nunca recuaremos", declarou Keir Starmer no programa X-Ray, em sua primeira reação pública após a marcha de ontem.
O direito ao protesto pacífico é "um elemento fundamental dos valores do nosso país", mas "não toleraremos ataques a policiais, nem que indivíduos se sintam intimidados em nossas ruas por causa de suas origens ou da cor de sua pele", acrescentou.
O Reino Unido é uma nação "construída com base na tolerância, diversidade e respeito", reiterou.
Ativista polêmico
Conhecido por sua postura anti-imigração e anti-Islã, Tommy Robinson já foi condenado diversas vezes por desordem pública e chegou a ser preso.
A manifestação de sábado (13) ocorreu na esteira de protestos anti-imigração organizados por ele em frente a hotéis que abrigam requerentes de asilo.
"A maioria silenciosa não permanecerá mais em silêncio", disse Tommy Robinson à multidão, clamando por uma "revolução cultural".
Na prática, as reivindicações de seus apoiadores eram diversas, mas se concentravam principalmente na imigração.
Entre as milhares de bandeiras britânicas e inglesas que inundaram o centro da capital, dezenas de cartazes pediam "o fim dos pequenos barcos" improvisados, nos quais migrantes atravessam o Canal da Mancha.
O combate à imigração ilegal é uma das prioridades do governo britânico, que continua a cair nas pesquisas.
Além de Tommy Robinson, várias figuras proeminentes da direita e da extrema direita britânica e estrangeira discursaram no sábado. Entre elas estavam o francês Éric Zemmour, presidente do partido de extrema direita Reconquista, e o bilionário americano Elon Musk, que participou por vídeo.
"Quer você escolha a violência ou não, a violência virá até você", declarou Musk. "Ou você revida ou morre", acrescentou.
Reações antirracistas
Essas declarações provocaram fortes reações de organizações antirracistas. "Para qualquer pessoa preocupada com a ascensão do ativismo de extrema direita e a normalização de sentimentos violentamente anti-migrantes e anti-muçulmanos, isso pode ser um sinal de tempos sombrios pela frente", afirmou a ONG Hope Not Hate em comunicado.
A polícia anunciou neste domingo que revisou o número de prisões durante as manifestações para 24. No entanto, as investigações continuam, com o objetivo de realizar mais detenções nos próximos "dias e semanas". Os crimes pelos quais essas pessoas foram presas incluem agressão comum e vandalismo.
(Com AFP)