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Mundo

EUA acusam Cuba de tráfico humano com Mais Médicos

Governo Trump acusa Havana de traficar pessoas através de convênios para envio de médicos a outros países

21 jun 2019 - 17h35
(atualizado às 18h03)
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Os Estados Unidos colocaram Cuba em sua lista negra de tráfico de pessoas e citam o programa brasileiro Mais Médicos como um dos motivos da medida. Em um informe anual, apresentado nesta quinta-feira (20/06), o governo de Donald Trump acusou Havana de traficar pessoas através de convênios para envio de médicos a outros países, incluindo a parceria com o Mais Médicos, encerrada em novembro do ano passado.

Médicos cubanos embarcam em Brasília após retirada de Cuba do Mais Médicos
Médicos cubanos embarcam em Brasília após retirada de Cuba do Mais Médicos
Foto: DW / Deutsche Welle

O relatório afirma que Cuba se retirou do programa após os pedidos do então presidente eleito Jair Bolsonaro para "melhorar o tratamento e as condições de emprego dos profissionais de saúde cubanos depois de denúncias de coerção, não pagamento de salários, retenção de passaportes e restrições de movimento".

Cuba, que está na mira dos EUA desde a chegada de Trump ao poder, em 2017, é acusada no informe de forçar médicos a fazerem parte de suas missões internacionais, que são parte de um programa que nos últimos anos vinha gerando importantes ingressos a Havana através de contratos com dezenas de países.

Além de questionar as missões médicas, o documento, apresentado pelo secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, diz que o governo do país caribenho "não criminalizou todas as formas de trabalho forçado ou tráfico sexual de jovens de 16 e 17 anos".

Com isso, Cuba passou do nível 2 para o nível 3, o mais alto da lista sobre tráfico humano. Nesta posição, estão países que os EUA consideram que não cumprem os padrões mínimos de proteção a vítimas do tráfico de pessoas, como China, Coreia do Norte, Rússia, Venezuela. A Arábia Saudita também passou a ocupar o nível 3 neste mais recente relatório, por violações dos direitos trabalhistas de trabalhadores estrangeiros.

Países que entram na "lista negra", por estarem classificados no pior nível, são sujeitos a restrições dos Estados Unidos em termos de assistência econômica e retirada de apoio do Fundo Monetário Internacional ou outros organismos de ajuda ao desenvolvimento.

O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, rejeitou a medida com um texto divulgado no Twitter, acompanhado por uma foto de um médico atendendo crianças de colo em Moçambique. "Isto é o que as ideias conservadores que imperam nos EUA confundem com o tráfico de pessoas. Denunciamos esta acusação imoral, mentirosa e perversa".

O ministro do Exterior cubano, Bruno Rodríguez, classificou, também no Twitter, a inclusão na lista de "outra calúnia para justificar novas medidas de hostilidade" contra o país.

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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