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Estados Unidos

Democrata pede impeachment de Trump após "Watergate 2"

15 mai 2017 - 15h04
(atualizado às 15h24)
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Foto: Getty Images

O representante democrata pelo Texas Al Green se tornou nesta segunda-feira o primeiro congressista dos Estados Unidos a pedir o impeachment do presidente do país, Donald Trump, após a surpreendente demissão do ex-diretor do FBI James Comey e as investigações sobre a interferência russa nas eleições de 2016.

Green explicou em coletiva de imprensa em Houston que as medidas tomadas pelo governante nas últimas semanas são dignas de investigação pela Câmara dos Representantes, da qual ele faz parte, e solicitou aos colegas legisladores que apoiem seu pedido.

O representante texano insistiu que "ninguém deve estar acima da lei" de acordo com a Constituição americana, nem o atual presidente. Segundo Green, Trump cometeu com a decisão de demitir Comey um ato "impugnável" e a Câmara dos Representantes deve apresentar acusações.

"Cometeu um ato impugnável e devem ser apresentadas acusações contra ele. Não fazer isso acarretaria que alguns americanos perdessem o respeito e a obediência em relação a certas normas sociais", comentou o congressista.

Para Grenn, a razão pela qual Trump deve ser submetido a um processo de impeachment é a "obstrução de uma investigação legal sobre os laços de sua campanha com a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016".

"Um impeachment na Câmara de Representantes não significa uma declaração de culpabilidade. A Câmara dos Representantes não pode culpar em nada o presidente. Só o Senado pode fazer isso, depois de um processo", explicou.

Green ressalta que o fato de Trump ter executado a demissão quando Comey liderava tal investigação, ciente de seus avanços, é razão suficiente para este processo, assim como o fato de o governante ter ameaçado Comey pelo Twitter com a publicação de fitas das conversas entre ambos.

Na semana passada foi gerada uma tormenta política sobre a Casa Branca, após Trump demitir o agora ex-chefe do FBI alegando recomendações do procurador-geral, Jeff Sessions, e do vice-procurador-geral, Rod Rosenstein.

As comparações com o "caso Watergate" foram inevitáveis, já que em 1973 o então presidente, Richard Nixon, também demitiu o procurador que o estava investigando sobre suas supostas escutas instaladas no Comitê Nacional Democrata (DNC), caso que finalmente levou o governante a renunciar.

No caso de Trump, os republicanos, que têm a maioria em ambas as câmaras do Congresso, são reticentes a permitir uma investigação independente sobre o ocorrido, mas as tensões e a falta de coerência no relato do ocorrido por parte da Casa Branca estão afundando o governo do magnata em uma profunda crise.

EFE   
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