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Em Bruxelas, Conte tenta evitar denúncia por déficit

Itália está na mira da UE por causa de suas políticas fiscais

21 jun 2019 - 18h44
(atualizado às 18h50)
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Enquanto os Estados-membros da União Europeia discutiam a repartição dos principais cargos do bloco, a Itália foi à última reunião do Conselho Europeu, encerrada na madrugada desta sexta-feira (21), em Bruxelas, mais preocupada em evitar uma denúncia por violação das normas fiscais comunitárias.

Giuseppe Conte fala com jornalistas após reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas
Giuseppe Conte fala com jornalistas após reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

O país está na mira da Comissão Europeia por causa da previsão de alta do déficit e da dívida pública, em uma economia que já tem o segundo maior endividamento de toda a zona do euro, atrás apenas da Grécia.

"É uma negociação muito complexa e difícil, jamais pensei que teríamos caminho livre", disse o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, ainda em Bruxelas, acrescentando que espera "fair play" da Comissão Europeia.

No ano passado, a Itália, que tivera sua lei orçamentária vetada duas vezes pela UE, se comprometera com um déficit fiscal de 2,04% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, mas o próprio governo admitiu, em fevereiro, que o rombo será de 2,4%, algo equivalente a mais de 40 bilhões de euros.

A escalada do déficit pressionará a dívida pública italiana, hoje superior a 130% do PIB, em um cenário de desemprego elevado e economia quase estagnada. "Os números reais ou projeções mais fiéis à realidade, porque foram atualizadas em junho, estão conosco", disse Conte.

O governo alega há cerca de um mês que as previsões para a economia melhoraram, mas ainda não apresentou esses números. Se a Itália não explicar a alta do déficit, pode ser denunciada pela Comissão Europeia por endividamento excessivo, arriscando levar uma multa bilionária de Bruxelas.

"Cabe à Comissão Europeia decidir os próximos passos. Trata-se de um percurso muito preciso. Estou certo de que a Comissão garantirá que a Itália faça rapidamente o que precisa ser feito ou a denunciará", disse o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte.

A UE também já está de olho em 2020, quando o déficit deve estourar o limite de 3% do PIB estabelecido para todos os países do bloco, e questionará o governo de onde ele tirará dinheiro para financiar outras medidas, como a redução das alíquotas do imposto de renda.

Ansa - Brasil   
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