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É seguro voar? Conflito no Oriente Médio causa movimentação em aeroportos internacionais

Ao Terra, especialista explica dúvidas sobre medidas de segurança, se é possível um avião se atingido por um míssil e entre outros

23 jun 2025 - 18h56
(atualizado às 19h15)
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Resumo
Conflito no Oriente Médio levou ao fechamento temporário de espaços aéreos e ajustes em rotas de grandes companhias aéreas, com foco na segurança diante do risco real de impactos em voos civis.
Após o Irã ter executado um ataque com mísseis balísticos à bases americanas no Catar nesta segunda-feira, 23, várias companhias aéreas desviaram ou retornaram voos no Oriente Médio.
Após o Irã ter executado um ataque com mísseis balísticos à bases americanas no Catar nesta segunda-feira, 23, várias companhias aéreas desviaram ou retornaram voos no Oriente Médio.
Foto: Reprodução/Flightradar24

Após o Irã ter executado um ataque com mísseis balísticos à bases americanas no Catar nesta segunda-feira, 23, várias companhias aéreas desviaram voos no Oriente Médio. 

Segundo a plataforma de rastreamento de voos “Flightradar24”, o espaço aéreo dos Emirados Árabes, Bahrein e Kuwait foi fechado, mas retornaram as atividades ainda nesta tarde. No entanto, grandes companhias como a Air France, British Airways, Finnair e outras anunciaram que pausariam os serviços para alguns destinos da região. 

A Qatar Airways fez uma suspensão temporária de seus voos, enquanto o tráfego no Catar permanece fechado.

De acordo com o professor e coordenador do curso de Relações Internacionais do Instituto Mauá de Tecnologia, Rodrigo Gallo, a medida é uma precaução relativamente comum em casos de escalada de violência, como o que ocorre entre Israel-Irã-EUA. 

“Fechar o espaço aéreo reduz o risco de que aeronaves civis sejam eventualmente confundidas com alvos militares, principalmente em momentos de escalada e tensão. É uma decisão técnica, mas que também carrega peso diplomático, pois sinaliza preocupação com a segurança regional. E, obviamente, isso também carrega um peso econômico, já que o fechamento do espaço aéreo também causa uma série de prejuízos financeiros diretos e indiretos”, explica o especialista em entrevista ao Terra

O risco de um míssil atingir um avião é real ou exagero? 

É real, segundo Gallo. “A história já mostrou casos em que aviões civis foram atingidos por engano durante conflitos — o mais conhecido foi o voo MH17, derrubado sobre a Ucrânia em 2014. Por isso, evitar áreas de conflito é fundamental para garantir a segurança dos passageiros e minimizar os riscos de que, ao atingir voos civis, os conflitos se tornem politicamente mais complexos”, pontua. 

Como as companhias aéreas e governos tomam a decisão de evitar essas rotas?

As decisões são baseadas em informações compartilhadas por governos, agências internacionais de aviação civil e relatórios de inteligência, além da interpretação da própria conjuntura, de acordo com o professor. 

“Quando há risco, as companhias redesenham as rotas automaticamente, inclusive porque as empresas já possuem planos elaborados para esses momentos. Já os governos emitem alertas aos cidadãos e, em casos extremos, podem determinar a suspensão de voos para determinados destinos”, diz. 

Pode ocorrer algum efeito cascata em outras rotas aéreas pelo mundo?

É possível, especialmente se o conflito se ampliar ou envolver outros atores da região - ou que indiretamente estão ligados à região. A aviação comercial é muito sensível a riscos regionais, então, qualquer instabilidade pode provocar mudanças de rotas em áreas vizinhas ou mesmo em conexões intercontinentais. Isso sem falar em aumento nos preços de passagens e fretes, que consequentemente impactam a inflação do setor, além do eventual represamento de viagens em função do acúmulo de pessoas impedidas de voar”, explica Gallo. 

Há algum risco em voar para outros destinos próximos, como Europa ou Egito?

De acordo com o especialista, no momento, o risco está concentrado nas áreas afetadas e, por isso, os voos para destinos próximos devem seguir operando normalmente. “As companhias continuam monitorando a situação e podem alterar as rotas se necessário. Tudo depende muito dos desdobramentos do conflito”, pontua. 

Líder supremo do Irã fala pela 1ª vez após ataque dos EUA:

Ataque ao Catar

O Irã atacou as bases dos Estados Unidos no Iraque e no Catar nesta segunda-feira, 23, em retaliação ao ataque feito pelo país, a mando de Donald Trump, contra instalações nucleares iranianas, no último sábado, 21. Os ataques foram confirmados pela Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC), que classificou a ação como uma resposta retaliatória aos EUA.  

No Catar, Irã disparou mísseis contra a base de Al-Udeid, localizada perto de Doha, capital do país -- que já estava sobre "ameaça crível", segundo autoridades. Além de Doha, explosões da ofensiva também foram ouvidas na cidade de Lusail.

Segundo o Ministério da Defesa do Catar, os mísseis contra a Base Aérea foram interceptados, sem registro de vítimas. Em comunicado, o ministério afirmou que o incidente não resultou em mortos ou feridos, atribuindo o mérito "à Deus, à vigilância das Forças Armadas e às medidas de precaução tomadas". 

A base de Al Udeid abriga o QG do Comando Central dos EUA, onde militares britânicos também servem em rodízio. No entanto, segundo autoridades do Catar, a base havia sido evacuada antes do bombardeio. 

O ataque iraniano à Base Aérea de Al-Udeid foi condenado "veementemente" e considerado como "uma flagrante violação da soberania do Estado do Catar, de seu espaço aéreo, do direito internacional e da Carta das Nações Unidas", afirmou Dr. Majed Al Ansari, assessor do primeiro-ministro e porta-voz oficial do Ministério das Relações Exteriores do Catar.

"Afirmamos que o Catar se reserva o direito de responder diretamente de maneira equivalente à natureza e à escala desta agressão descarada, em conformidade com o direito internacional", complementou, em nota publicada em seu perfil no X. 

Para o governo do Catar, "o diálogo é a única maneira de superar a crise atual e garantir a segurança da região e a paz". Em nota, também enfatizaram que "a continuação de tais ações militares em escalada minará a segurança e a estabilidade na região, arrastando-a para situações que podem ter consequências catastróficas para a paz e a segurança internacionais".

Após os ataques iranianos, o espaço aéreo do Catar foi fechado. Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Catar, a suspensão temporária do tráfego aéreo no país visa garantir a segurança de cidadãos, residentes e visitantes e que essa medida é "parte de um conjunto de medidas de precaução tomadas com base nos recentes acontecimentos na região".

"O Ministério reitera que a segurança de todos em solo do Catar continua a ser uma prioridade máxima e que o Estado não hesitará em tomar todas as medidas preventivas e de proteção necessárias a esse respeito", reforçou a autoridade, em nota.

Fonte: Redação Terra
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