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Dezenas de pessoas são presas e agredidas em repressão policial a protestos no Zimbábue

16 jan 2019 - 16h03
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Dezenas de cidadãos do Zimbábue, entre eles um proeminente ativista, foram detidos nesta quarta-feira sob a acusação de violência pública, e vários foram agredidos, disseram advogados e testemunhas, chamando atenção para uma forte repressão contra dissidentes por parte das forças de segurança.

Pessoas presas durantes protestos em Harare 16/01/2019 REUTERS/Philimon Bulawayo
Pessoas presas durantes protestos em Harare 16/01/2019 REUTERS/Philimon Bulawayo
Foto: Reuters

Depois de dois dias de protestos contra a alta no preço do combustível, moradores disseram que soldados e policiais estão realizando rondas em Harare e agredindo pessoas em suas próprias casas, mesma tática utilizada pelos serviços de segurança de Robert Mugabe durante as quase quatro décadas de seu regime cada vez mais repressivo.

Alguns serviços de internet que haviam sido interrompidos na terça-feira foram restaurados nesta quarta, último de três dias de greve contra a alta nos preços do combustível. Antes, um grupo de advogados e veículos de mídia recorreram à Justiça para garantir os serviços.

Joana Mamombe, uma parlamentar de oposição, disse que passou a se esconder depois que soldados a procuraram na casa de seus pais na terça-feira, quando agrediram seu pai, que precisou ser hospitalizado.

"Estou com muito medo pela minha vida. Esta é uma repressão contra aqueles que se opõem ao governo. Eles querem silenciar as vozes de oposição", disse ela à Reuters via telefone.

Os moradores do Zimbábue esperavam que o presidente Emmerson Mnangagwa cumprisse sua promessa pré-eleitoral de recuperar a economia e romper com as políticas da era Mugabe. Desde o golpe de Estado de novembro de 2007 que derrubou Mugabe, entretanto, o Zimbábue voltou a vivenciar antigos problemas.

A falta de dólares castiga a economia, a inflação em disparada corrói o valor das poupanças e o governo reage com a força para conter o protesto.

O apagão de internet deixou muitos sem acesso às redes sociais, deixando o governo suscetível a críticas de que busca evitar que imagens fortes de repressão se espalhem pelo mundo.

Mnangagwa, em viagem à Rússia e ao Fórum Econômico Mundial em Davos, disse estar "profundamente entristecido" pela violência nos protestos.

"Resolver os desafios econômicos do Zimbábue é uma tarefa monumental, e embora nem sempre possa parecer, estamos indo na direção certa", disse ele em sua página oficial no Facebook.

O governo não comentou sobre a série de prisões e as acusações de violência praticada por soldados e policiais.

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