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Coreia do Norte explodirá estradas que cruzam fronteira com o Sul em meio a disputa sobre drones, diz Seul

14 out 2024 - 11h14
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A Coreia do Norte está se preparando para explodir estradas que cruzam a fronteira fortemente militarizada com a Coreia do Sul, disse Seul nesta segunda-feira, em meio a uma guerra de palavras cada vez pior após o Norte acusar o Sul de enviar drones sobre sua capital, Pyongyang.

Tropas norte-coreanas estavam trabalhando camufladas nas estradas do seu lado da fronteira, perto das costas oeste e leste, o que provavelmente são preparativos para explodir as estradas, possivelmente já nesta segunda-feira, disse o porta-voz militar da Coreia do Sul.

A Coreia do Norte acusou a Coreia do Sul de enviar drones para espalhar um "grande número" de panfletos anti-Norte sobre Pyongyang na última sexta-feira, no que chamou de provocação política e militar que poderia levar a um conflito armado.

Lee Sung-jun, porta-voz do Estado-Maior Conjunto do Sul, recusou-se na segunda-feira a responder a perguntas sobre se os drones foram pilotados por militares ou civis sul-coreanos.

Em outra declaração inflamada visando a Coreia do Sul e os Estados Unidos, Kim Yo Jong, a poderosa irmã do líder norte-coreano Kim Jong Un, disse nesta segunda-feira que os militares sul-coreanos eram "claramente" culpados pela invasão dos drones, e que Washington também deveria ser responsabilizado.

"Se a soberania de um Estado com armas nucleares foi violada por vira-latas domesticados por ianques, o dono desses cães deve ser responsabilizado por isso", disse ela por meio da agência de notícias estatal KCNA, referindo-se a Seul e Washington.

O Exército da Coreia do Norte disse na semana passada que cortaria completamente as estradas e ferrovias ligadas à Coreia do Sul e fortificaria as áreas do seu lado da fronteira, segundo o veículo estatal de imprensa, KCNA.

UNIDADES DE ARTILHARIA

No fim de semana, a Coreia do Norte alertou para um "desastre horrível" se drones sul-coreanos fossem novamente encontrados sobrevoando Pyongyang. No domingo, disse que colocou oito unidades de artilharia totalmente armadas na fronteira em prontidão para abrir fogo.

Os militares sul-coreanos afirmaram que sua recusa em responder a perguntas sobre os drones se deve ao fato de que abordar o que o Norte alegou seria cair em uma tática de Pyongyang para fabricar desculpas para provocações.

A Coreia do Sul tem procurado aumentar suas defesas antidrone desde 2022, disse Lee, quando cinco drones norte-coreanos entraram em seu espaço aéreo e sobrevoaram a capital Seul por várias horas.

Lee Kyoung-haing, especialista em operações militares de drones da Universidade de Jungwon, disse que os civis não teriam problemas para obter drones com alcance de 300 kms, a distância da viagem de ida e volta do Sul para Pyongyang, com cargas leves, como folhetos.

Outros especialistas dizem que, mesmo que os civis tenham enviado esses drones do Sul para o outro lado da fronteira, pode ter sido difícil fazê-lo sem a permissão do governo ou é possível que as autoridades não tenham conseguido detectá-los e bloqueá-los.

No domingo, o Ministério da Defesa da Coreia do Norte disse que os drones, que, segundo ele, foram detectados sobre Pyongyang em três dias no início deste mês, eram do tipo que exigiam um lançador especial ou uma pista de pouso e que era impossível que um grupo de civis os acionasse.

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